Esse excesso de endividamento, no entender da advogada Cristina Santos, doutora em direito civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e especialista em defesa do consumidor, está ligado, em parte, aos estímulos excessivos dados pelo governo à demanda. Para ela, ao reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros, móveis e eletrodomésticos e, ao mesmo tempo, induzir os bancos públicos a emprestarem a qualquer custo, o Palácio do Planalto estimulou a corrida por crédito, que apresentará a fatura mais à frente. Uma delas, será a exclusão, do mercado de consumo, de boa parte das 40 milhões de famílias que ascenderam à classe média nos últimos 10 anos. Esses excluídos não terão como honrar o que compraram a prazo.