Londres - Os ex-diretores do banco britânico HBOS, resgatado com bilhões de libras do Estado em 2008 durante a crise financeira, foram severamente criticados nesta sexta-feira (5/4) por seus erros "colossais" por uma comissão parlamentar. Em um relatório, a comissão de normas bancárias denunciou os "erros colossais da direção e do conselho administrativo" do HBOS que levaram o banco à falência, obrigando o seu resgate em setembro de 2008 pelo seu corrente Lloyds TSB com o apoio ativo do governo britânico.
A nova entidade resultante desta operação foi batizada de Lloyds Banking Group, e 39% pertence ao Estado, que injetou um total de 20,5 bilhões de libras (24 bilhões de euros). "Seus erros foram tóxicos ao HBOS", insistiu a comissão. "A história do HBOS é uma história de erros catastróficos de governança, gestão e fiscalização", criticou Andrew Tyrie, presidente conservador da comissão parlamentar criada após o escândalo da manipulação da taxa Libor no ano passado.
"Os maiores responsáveis por estes erros são o ex-presidente do HBOS, senhor Stevenson, e seus ex-diretores-gerais, Sir James Crosby e Andy Hornby", acrescentou Tyrie, que fez um apelo ao regulador para que proíba estes três líderes a exercer qualquer função em finanças na Grã-Bretanha. Acusado pela comissão de ser "o arquiteto da estratégia que pavimentou o caminho para o desastre", Crosby, CEO do HBOS até 2006, demitiu-se nesta sexta-feira de sua posição como membro do comitê consultivo europeu do Bridgepoint, indicou um porta-voz do fundo.
[SAIBAMAIS]Em setembro, a Autoridade de Mercados Financeiros do Reino Unido FSA (substituída desde 1; de abril por duas novas autoridades, PRA e FCA, como parte de uma reforma do sistema regulatório) proibiu Peter Cummings, ex-chefe da divisão de financiamento do banco HBOS a trabalhar no futuro na City e impôs uma multa recorde de 500 mil libras. A comissão expressou "surpresa" ao saber que ele era o único a pagar até o momento.
Também muito duro com os reguladores, Tyrie considerou que tinham "várias explicações a dar sobre o seu papel no colapso do HBOS". "No futuro, deveremos fazer mais", insistiu, afirmando que os envolvidos nas quebras de bancos são "responsáveis por suas ações e sujeitos a sanções".
De acordo com um porta-voz do ministério das Finanças, o governo de David Cameron prometeu "tirar lições do passado e proteger os contribuintes das falências de bancos no futuro" através de "mudanças profundas" introduzidas pela reforma da supervisão do setor financeiro.