Jornal Correio Braziliense

Economia

Farmácias já cobram mais caro e reajuste de remédios assusta consumidor

Preços dos medicamentos são remarcados em até 6,3%, antes de o governo divulgar o percentual de aumento. Em alguns casos, a alta poderá chegar a 15%



O Correio percorreu várias farmácias do Distrito Federal e constatou que a maioria dos estabelecimentos comerciais já elevou os preços dos medicamentos. Um gerente ouvido pela reportagem disse que a alta vai superar os 6,31% esperados. ;Isso vai acontecer de forma gradativa. Em até três meses, todos os remédios sofrerão reajustes nos valores;, disse. Ainda segundo ele, os descontos dados atualmente sobre as tabelas devem ser eliminados nos próximos dias, o que deixará os produtos mais caros entre 7% a 15%.

Outro gerente, que preferiu não se identificar, foi além. Segundo ele, nem mesmo os medicamentos genéricos, em termos de preço, trarão mais vantagens para o consumidor. Por exemplo, o Paracetamol de 750 mg ; genérico do Tylenol ; com 10 comprimidos passará a custar R$ 5 ; um aumento de R$ 2. O original custa R$ 7,50. ;Não vai demorar muito para que todas as farmácias reajustem os preços, até porque a inflação em alta não tem dado fôlego;, afirmou o gerente de uma drogaria da Asa Sul.

Na avaliação do vice-presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, o consumidor ainda não sentiu o peso no bolso. ;O repasse não é feito tão rapidamente, demora entre 15 dias e dois meses para ser percebido de fato;, explicou. Segundo ele, os reajustes nos preços dos remédios de 2008 a 2012 foram de 23,64% abaixo do registrado sobre os salários, que foram de 45% no mesmo período. ;Todos os percentuais de reajustes ficarão abaixo da inflação;, adiantou.