O Parlamento cipriota rejeitou o plano e a Eurozona teve que buscar outras alternativas. Entre elas, decidiu por um confisco bancário para evitar uma fuga em massa de capitais. Os bancos estão fechados há 11 dias e existe muita incerteza sobre o que acontecerá na reabertura, prevista para quinta-feira.
[SAIBAMAIS]Na semana passada, as imagens de Nicósia mostravam os cipriotas em longas filas. O acordo com a zona do euro prevê "decisões dolorosas para salvar o país da falência", afirmou o presidente cipriota, o conservador Nicos Anastasiadis. Entre as medidas está o fim do Laiki Bank, o segundo maior banco do país, que será dividido em um ;banco ruim; (entidade residual destinada a desaparecer progressivamente) e um ;banco bom;, que reunirá os depósitos inferiores a 100.000 euros.
O objetivo é reduzir o tamanho do setor bancário cipriota, que representa oito vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do país, e conta com muitos depósitos de milionários russos, vários deles ligados à máfia. As negociações para encontrar uma solução ao Chipre também foram tensas para o FMI, disse uma fonte europeia. O Fundo Monetário Internacional insistiu em impor medidas que não afetaram a sustentabilidade da dívida. Caso contrário, não participaria.
E mostrou mais uma vez que quem manda é a Alemanha, que não queria que seus contribuintes considerasse que estão pagando pelos problemas do euro, poucos meses antes das eleições legislativas nas quais a chanceler Angela Merkel joga seu futuro. Quando os europeus acreditavam que o pior da crise da dívida havia passado, a situação na ilha de Chipre voltou a abrir as feridas. Muitos analistas afirmaram que o acordo com Nicósia é a melhor solução entre difíceis alternativas. Mas também advertiram que é remendo que deixa muitos cabos soltos.
"Uma vez mais durante a crise, a Eurozona alcança um pacto ;in extremis; que dá um alívio imediato, mas não dá nenhuma garantia de que acalmará as águas", disse o analista Carsten Brzeski, da ING.