Jornal Correio Braziliense

Economia

Presidente do Chipre adverte 'troica' sobre sua demissão

Nicos Anastasiades disse que contrapartidas exigidas no plano de socorro à Ilha podem forçar sua saída

O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, advertiu neste domingo a ;troica; (UE, FMI e BCE) em Bruxelas que as contrapartidas exigidas no plano de socorro à Ilha podem forçar sua demissão, segundo a imprensa cipriota.

[SAIBAMAIS]"Vocês querem forçar minha demissão?" - perguntou Anastasiades à ;troica;, formada por União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, durante as negociações em Bruxelas para evitar o ;default" e a saída do Chipre da zona do euro.

"Se é isto que vocês querem (demissão), digam logo", desafiou o presidente cipriota, segundo a agência de notícias CNA, que cita fontes do governo em Nicósia. "Apresentei uma proposta e vocês não aceitaram, fiz outra proposta e foi a mesma coisa. O que vocês querem que eu faça?" - desafiou Anastasiades.



Segundo a CNA, o conservador Anastasiades manteve um contato telefônico às 19H00 GMT (16H00 Brasília) com o presidente do Parlamento, Yiannakis Omirou, chefe do partido socialista Edek.

Na terça-feira, o Parlamento cipriota rejeitou um primeiro acordo sobre o plano de resgate de 10 bilhões de euros diante da exigência de uma taxa sobre os depósitos bancários na ilha visando obter uma contrapartida de 5,8 bilhões de euros.

O partido Disy, do presidente, tem 20 das 56 cadeiras do Parlamento, e Anastasiades precisa do apoio ou da abstenção dos demais grandes partidos - Akel (comunistas, 19 deputados), Diko (centro direita, 8) e Edek (5) - para dar o aval a qualquer acordo com a ;troica;.