Nicósia - O governo cipriota se reuniu neste sábado (23/3) com uma delegação do trio Banco Central Europeu, União Europeia e Fundo Monetário Internacional (BCE-UE-FM) para examinar um plano com o qual pretendem obter milhões de dólares em troca de um plano de resgate, a menos de 48 horas de vencer o ultimato do Banco Centro Europeu que ameaçou cortar a linha de crédito dos bancos do Chipre.
O presidente cipriota, Nicos Anastasiadis, afirmou na noite de hoje que espera para ;breve; um acordo sobre o plano de socorro à ilha.
"Estamos aqui e trabalhamos com energia para salvar nossa economia", escreveu o presidente conservador no Twitter.
"Realizamos todos os esforços possíveis. Esperamos ter um resultado em breve", acrescentou Anastasiadis.
Na ilha, onde os bancos estão fechados desde 16 de março, a situação está se tornando crítica para muitas empresas incapazes de pagar seus fornecedores ou de serem pagas. Muitos restaurantes, lojas e postos de gasolina também recusam o pagamento por cartão de crédito.
[SAIBAMAIS] Centenas de funcionários do setor bancário protestaram neste sábado em Nicósia em defesa de seus empregos em caso de falência ou reestruturação dos bancos. Eles ameaçaram iniciar uma greve a partir de terça-feira, data prevista para a reabertura dos bancos.
O Chipre deve encontrar até segunda-feira 7 bilhões de euros - mais de um terço de seu PIB - para desbloquear uma ajuda internacional de 10 bilhões de euros da troika de credores e para continuar a receber do BCE dinheiro líquido emergencial para seus bancos.
Representantes da troika voltaram a se reunir no início desta noite no palácio presidencial para avançar nas negociações, antes de uma reunião prevista com os líderes dos partidos políticos da ilha.
"É essencial que um acordo seja fechado na noite de domingo, em Bruxelas, sobre um programa de ajuda financeira ao Chipre. Este acordo deve, logo em seguida, ser colocado em prática pelo Chipre e seus parceiros da zona do euro", destacou o comissário europeu encarregado dos Assuntos Econômicos, Olli Rehn, em um comunicado.
Se nenhum acordo for alcançado segunda-feira, os países da zona do euro estariam prontos para expulsar o Chipre para evitar que a crise se espalhe para outros países, de acordo com fontes europeias.
No início da tarde, o ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, assegurou que foram registrados progressos significativos nas conversas realizadas com a delegação da troika, mas advertiu que ainda restam vários temas a resolver, enquanto fontes próximas às discussões em Bruxelas consideraram as negociações como "difíceis".
Se fracassarem, Anastasiades se reunirá no domingo em Bruxelas com os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o da CE, José Manuel Barroso. Os ministros das Finanças da zona euro se reunirão também na noite de domingo, em Bruxelas, às 17h local (13h de Brasília).
"Guerra econômica"
Frente a ameaça de colapso da economia, o parlamento cipriota adotou na noite de sexta-feira as primeiras medidas relacionadas com o plano de resgate que a ilha deve fechar antes de segunda-feira com seus sócios europeus para evitar a quebra.
Algumas das medidas adotadas foram a criação de um Fundo de Solidariedade e um texto que limita os movimentos de capitais para evitar uma pressão excessiva sobre os bancos quando reabrirem suas portas.
Em Bruxelas, várias fontes próximas às negociações indicaram que o plano negociado inclui a reestruturação de dois grandes bancos cipriotas --Bank of Cyprus e Popular Bank -- que "devem desaparecer". Um novo banco seria criado com os ativos dos dois bancos.
O presidente cipriota, Nicos Anastasiadis, afirmou na noite de hoje que espera para ;breve; um acordo sobre o plano de socorro à ilha.
"Estamos aqui e trabalhamos com energia para salvar nossa economia", escreveu o presidente conservador no Twitter.
"Realizamos todos os esforços possíveis. Esperamos ter um resultado em breve", acrescentou Anastasiadis.
Na ilha, onde os bancos estão fechados desde 16 de março, a situação está se tornando crítica para muitas empresas incapazes de pagar seus fornecedores ou de serem pagas. Muitos restaurantes, lojas e postos de gasolina também recusam o pagamento por cartão de crédito.
[SAIBAMAIS] Centenas de funcionários do setor bancário protestaram neste sábado em Nicósia em defesa de seus empregos em caso de falência ou reestruturação dos bancos. Eles ameaçaram iniciar uma greve a partir de terça-feira, data prevista para a reabertura dos bancos.
O Chipre deve encontrar até segunda-feira 7 bilhões de euros - mais de um terço de seu PIB - para desbloquear uma ajuda internacional de 10 bilhões de euros da troika de credores e para continuar a receber do BCE dinheiro líquido emergencial para seus bancos.
Representantes da troika voltaram a se reunir no início desta noite no palácio presidencial para avançar nas negociações, antes de uma reunião prevista com os líderes dos partidos políticos da ilha.
"É essencial que um acordo seja fechado na noite de domingo, em Bruxelas, sobre um programa de ajuda financeira ao Chipre. Este acordo deve, logo em seguida, ser colocado em prática pelo Chipre e seus parceiros da zona do euro", destacou o comissário europeu encarregado dos Assuntos Econômicos, Olli Rehn, em um comunicado.
Se nenhum acordo for alcançado segunda-feira, os países da zona do euro estariam prontos para expulsar o Chipre para evitar que a crise se espalhe para outros países, de acordo com fontes europeias.
No início da tarde, o ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, assegurou que foram registrados progressos significativos nas conversas realizadas com a delegação da troika, mas advertiu que ainda restam vários temas a resolver, enquanto fontes próximas às discussões em Bruxelas consideraram as negociações como "difíceis".
Se fracassarem, Anastasiades se reunirá no domingo em Bruxelas com os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o da CE, José Manuel Barroso. Os ministros das Finanças da zona euro se reunirão também na noite de domingo, em Bruxelas, às 17h local (13h de Brasília).
"Guerra econômica"
Frente a ameaça de colapso da economia, o parlamento cipriota adotou na noite de sexta-feira as primeiras medidas relacionadas com o plano de resgate que a ilha deve fechar antes de segunda-feira com seus sócios europeus para evitar a quebra.
Algumas das medidas adotadas foram a criação de um Fundo de Solidariedade e um texto que limita os movimentos de capitais para evitar uma pressão excessiva sobre os bancos quando reabrirem suas portas.
Em Bruxelas, várias fontes próximas às negociações indicaram que o plano negociado inclui a reestruturação de dois grandes bancos cipriotas --Bank of Cyprus e Popular Bank -- que "devem desaparecer". Um novo banco seria criado com os ativos dos dois bancos.
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A medida deve ser completa por um desconto sobre os ativos saudáveis dos dois bancos. Esta operação, que foi rejeitada por Nicósia na semana passada, atingiria os detentores de títulos, mas não os depositantes.
As medidas já adotadas fazem parte de um "Plano B" que o governo tem dificuldade para aprovar após a rejeição na terça passada pelo Parlamento de um acordo com os credores internacionais prevendo uma taxa excepcional de até 9,9% para todos os depósitos bancários como contrapartida de uma ajuda de 10 bilhões de euros.
A proposta de uma taxa excepcional de 11% sobre os depósitos bancários acima dos 100.000 euros foi abandona pelo temor de que bancos saudáveis entrassem com ações na justiça.
Esta pequena ilha de menos de um milhão de habitantes se converteu no calcanhar de Aquiles da Eurozona, a ponto de as fontes europeias terem ameaçado deixar que saia do bloco para evitar um contágio a outros países, como Grécia, Espanha ou Itália. O mal-estar com a ilha já se expressa abertamente.
A chanceler alemã Angela Merkel advertiu que o Chipre não deve "abusar da paciência dos sócios da Eurozona", afirmaram participantes em uma reunião da chefe de governo da principal potência econômica do bloco com deputados de sua aliança parlamentar.
Já os cipriotas acusam justamente a Alemanha de ser a responsável pelas condições impostas em troca do plano de resgate.
"Trabalhamos a vida toda. Nossos filhos precisam estudar e precisamos pagar nossas dívidas. O que Hitler não conseguiu fazer com as armas, estão nos causando com uma guerra econômica. É inaceitável", declarou Anthoula Tiba, funcionária bancária, expressando toda a sua indignação para com o governo alemão.
As medidas já adotadas fazem parte de um "Plano B" que o governo tem dificuldade para aprovar após a rejeição na terça passada pelo Parlamento de um acordo com os credores internacionais prevendo uma taxa excepcional de até 9,9% para todos os depósitos bancários como contrapartida de uma ajuda de 10 bilhões de euros.
A proposta de uma taxa excepcional de 11% sobre os depósitos bancários acima dos 100.000 euros foi abandona pelo temor de que bancos saudáveis entrassem com ações na justiça.
Esta pequena ilha de menos de um milhão de habitantes se converteu no calcanhar de Aquiles da Eurozona, a ponto de as fontes europeias terem ameaçado deixar que saia do bloco para evitar um contágio a outros países, como Grécia, Espanha ou Itália. O mal-estar com a ilha já se expressa abertamente.
A chanceler alemã Angela Merkel advertiu que o Chipre não deve "abusar da paciência dos sócios da Eurozona", afirmaram participantes em uma reunião da chefe de governo da principal potência econômica do bloco com deputados de sua aliança parlamentar.
Já os cipriotas acusam justamente a Alemanha de ser a responsável pelas condições impostas em troca do plano de resgate.
"Trabalhamos a vida toda. Nossos filhos precisam estudar e precisamos pagar nossas dívidas. O que Hitler não conseguiu fazer com as armas, estão nos causando com uma guerra econômica. É inaceitável", declarou Anthoula Tiba, funcionária bancária, expressando toda a sua indignação para com o governo alemão.