Nicósia - O governo do Chipre adiou para segunda-feira o debate parlamentar convocado em caráter de urgência para este domingo sobre o plano de resgate da União Europeia (UE), que inclui uma polêmica taxa sobre os depósitos bancários.
O presidente Nicos Anastasiades também adiou para segunda-feira o discurso que pretendia fazer no Parlamento e uma mensagem à nação para defender este plano de ajuda, que chamou de "doloroso", em troca de um empréstimo de 10 bilhões de euros.
Os parlamentares se reunirão na segunda-feira para debater a ratificação do acordo, depois que foram previamente informados pelo presidente Anastasiades, informou a televisão estatal.
O debate parlamentar foi adiado para que todos os congressistas tenham todas as informações sobre o plano.
De acordo com canal privado Sigma TV, Anastasiades tem dificuldades em garantir a maioria simples para aprovar o texto no Parlamento, onde seu partido, Disy (direita), tem apenas 20 das 56 cadeiras.
O partido comunista Akel (19 deputados) rejeitou as contrapartidas exigidas por Bruxelas em troca da ajuda ao Chipre quando estava no poder, até a eleição de Anastasiades em fevereiro. Até os aliados do presidente na atual coalizão de governo manifestam dúvidas a respeito do plano de resgate.
Para reduzir o valor de 10 bilhões de euros do empréstimo ao Chipre, os credores internacionais pediram ao país a adoção de uma taxa excepcional e inédita de 6,75% a todos os depósitos bancários de menos de 100.000 euros e de 9,9% acima deste valor.
As taxas, que devem arrecadar 5,8 bilhões de euros, serão aplicadas a todas as pessoas que vivem nesta ilha do Mediterrâneo.