Roma - O novo Parlamento italiano se reuniu nesta sexta-feira (15/3) pela primeira vez após os complexos resultados das eleições legislativas do final de fevereiro que deixaram o país em um atoleiro, sem conseguir formar um governo.
A esquerda de Pier Luigi Bersani obteve uma clara maioria na Câmara, mas a situação no Senado é muito difícil, já que sua formação conseguiu apenas a maioria relativa e na Itália é necessário contar com o apoio das duas casas do Parlamento para poder governar.
A formação de um governo que garanta a governabilidade foi dificultada devido ao fato de os 163 parlamentares eleitos pelo Movimento Cinco Estrelas do líder "antissistema" Bepe Grillo terem rejeitado qualquer aliança com os partidos tradicionais, que ele acusa de terem "destruído a Itália". No momento, não há previsão de algum acordo para formar o governo e os novos parlamentares do movimento de Grillo decidiram votar em seus próprios candidatos para presidente da Câmara dos Deputados e do Senado.
Para a Câmara dos Deputados propõem o napolitano Roberto Fico e para o Senado, um venezuelano de mãe italiana, Luis Alberto Orellana. Emilio Colombo, presidente provisório do Senado, reconheceu em seu discurso de posse que, devido às posições rígidas dos partidos, a Itália está com suas instituições "paralisadas , o que pode ter consequências "dramáticas" em nível econômico e social.
Os dois presidentes serão eleitos no sábado ao término de uma quarta votação depois de o Partido Democrático liderado por Bersani ter decido nesta sexta "votar em branco" nas três sessões com o objetivo de tentar negociar um acordo com os chamados "grillini". Grillo não faz parte pessoalmente do Parlamento porque no quis se apresentar como candidato por ter sido condenado por homicídio em 1980 como responsável por um acidente de carro no qual morreram três pessoas.