Estrasburgo - A Comissão Europeia concordou nesta terça-feira (12/3) com as diretrizes da negociação com os Estados Unidos para o maior Tratado de Livre Comércio do mundo, adotando uma abordagem pragmática até mesmo para assuntos sensíveis.
O Comissário de Comércio da UE, Karel de Gucht, disse em uma coletiva de imprensa no Parlamento Europeu que "quanto mais cedo começarmos, mais cedo chegaremos a um acordo que beneficie todos os lados".
Ambas as partes terão que se adaptar e fazer as mudanças necessárias, disse Gutch. Ele também afirmou que deseja "enterrar" as preocupações de longa data sobre o setor cultural europeu ou os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).
O setor cultural europeu se sai muito bem no cenário global e os estados poderiam receber permissão para apoiar suas artes, disse ele, já a legislação sobre os OGMs "não mudará" a despeito do uso de OGMs ser bem difundido deste lado do Atlântico.
Um acordo pode ser tão abrangente quanto possível mesmo se nem todas as questões forem resolvidas de forma conclusiva, disse Gucht. "O que é importante é que haja um acordo próximo do que queremos atingir", disse ele, acrescentando: "eu acredito que isso possa ser possível em um período de tempo razoável"
Nesta terça-feira, o presidente norte-americano Barack Obama disse que ele acredita que a Europa agora está mais pronta para concluir um TLC, incluindo áreas problemáticas como a agricultura, para encontrar uma solução para seus problemas econômicos. "O que eu acredito que mudou é o reconhecimento na Europa que é difícil para eles descobrir uma receita para o crescimento neste ponto, em parte por causa das medidas de austeridade que foram tomadas na Europa. "Então eles estão mais ansiosos por um acordo que no passado", disse Obama.
Um Tratado Transatlântico e uma Parceria de Investimento criaria a maior área comercial de livre comércio, liberalizaria investimentos e harmonizaria a regulação, estimulando o crescimento econômico e os empregos.
Os ganhos financeiros imediatos são calculados em 119 bilhões de euros por ano para a UE e 95 bilhões de euros para os Estados Unidos, de acordo com um relatório da Comissão.
As diretrizes da Comissão agora serão submetidas aos 27 líderes da UE para aprovação, abrindo caminho para o começo das negociações.