Nova York - Os problemas dos Boeing com as baterias de seus 787 Dreamliner provavelmente deixaram os reguladores preocupados, o que pode tornar mais complicada a obtenção de certificações para novos aviões, disse nesta quinta-feira o diretor da companhia EADS.
Questionado por jornalistas em Nova York sobre as consequências do problema dos 787 na certificação de novos aviões, Tom Enders, diretor geral do grupo aeronáutico e de defesa europeia, reconheceu que "não vai mais ser fácil".
"Acredito que as autoridades de certificação, seja a FAA (Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos) ou outra, provavelmente, estão um pouco mais nervosas sobre esses novos aviões que saem agora, sobre os materiais, os sistemas e os procedimentos", destacou.
"Se o setor tem dificuldades, em particular em matéria de certificação, isso não afeta apenas um fabricante, mas todo o restante", acrescentou.
Os 50 Dreamliners que voavam em todo o mundo permanecem em terra desde meados de janeiro, depois que foram registrados problemas com as baterias de lítio em dois aviões, um no Japão e outro nos Estados Unidos.
A Agência de Segurança de Transportes dos Estados Unidos (NTSB), responsável pela investigação sobre a falha da bateria em um avião que estava estacionado em Boston, informou nesta quinta-feira que as pesquisas continuam e que, em abril, serão realizadas audiências para recolher "informação complementar".
Um primeiro debate acontecerá em meados de abril para "analisar a tecnologia das baterias de lítio e a segurança dos transportes" e haverá uma audiência nesse mesmo mês que se focará no projeto e na certificação do sistema de baterias dos 787 Dreamliner, disse a NTSB em um comunicado.