Bruxelas - O Eurogrupo se reúne nesta segunda-feira (4/3) para avaliar a situação da Eurozona e o programa de resgate bancário na Espanha, em meio à incerteza sobre o futuro político da Itália, que levanta novas questões sobre a austeridade impulsionada por Bruxelas. Os ministros das Finanças da Eurozona analisarão as "últimas previsões (de inverno) da Comissão Europeia" (CE) divulgadas no fim de fevereiro, indicou uma fonte europeia, segundo a qual a Eurozona enfrenta um duro ano de recessão, com um desemprego que atingirá 20 milhões de pessoas.
[SAIBAMAIS]"É preciso evitar somar austeridade à recessão, já que isto matará o crescimento e provocará uma perda de confiança na Europa", considerou o ministro francês, Pierre Moscovici. A Espanha defenderá que "cumpriu com os objetivos" fiscais em 2012, ao ter conseguido reduzir seu déficit a 6,7% do PIB. Por sua vez, espera agora que a CE lhe conceda mais tempo para diminuir seu déficit a 3% do PIB.
Madri não está sozinha nesta batalha, já que a França, segunda economia da união monetária, também quer mais flexibilidade para cumprir com as metas fiscais previstas no programa de correção do déficit. A CE já esclareceu que não tomará nenhuma decisão antes de maio, uma vez que tenha os dados macroeconômicos do escritório de estatísticas europeu.
Para cumprir com as exigências de Bruxelas, o governo espanhol de Mariano Rajoy (conservador) realizou um plano draconiano de austeridade, agravando a recessão e o desemprego que, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, já atinge cinco milhões de pessoas entre a população economicamente ativa. O Eurogrupo prevê analisar o relatório da troica (a CE, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) sobre se o país cumpre com as condições exigidas em troca do resgate de 40 bilhões de euros ao setor bancário.
"Fomos capazes de cumprir com tudo e a tempo. A Espanha fez o que precisava fazer", comemorou uma fonte do governo espanhol. Durante a reunião, os ministros também analisarão os casos nos quais a recapitalização direta aos bancos por parte do fundo de resgate, chamado de Mecanismo Europeu de Estabilidade (Mede), possa ser retroativa, o que evitará que engrosse a dívida pública do país.