"Uma grande manifestação é um forte sinal de descontentamento, e eu espero que o governo entenda o recado", afirmou Luis Costa, do partido de extrema-esquerda.
O movimento anunciou que outros protestos em apoio à causa vão acontecer em cidades estrangeiras como Londres, Boston, Paris, Madri e Barcelona.
Estas novas manifestações acontecem em um contexto de tensão social, que aumentou ante as medidas de austeridade adotadas pelo governo de centro-direita em troca do plano de resgate de 78 bilhões de euros concedidos em maio de 2011.
"O governo está nos roubando. Eu estou aposentado, mas isso não impede que me tirem muito dinheiro", declarou José Mendes, de 65 anos.
Das manifestações participam o principal sindicato, CGTP, mas também professores, trabalhadores da área da saúde e aposentados.
Até os militares se juntaram à marcha em Lisboa, que terminou na monumental Praça do Comércio.
Após ter procedido no ano passado com a redução dos salários e das aposentadorias, o governo decretou este ano um aumento generalizado dos impostos e prevê cortes adicionais de 4 bilhões de euros por meio de uma "reforma do Estado".
Muito criticada pela oposição, esta reforma deve ser apresentada à troika.
Após uma análise das finanças e desta reforma, seus credores podem concordar com uma nova redução das metas fiscais do governo, cada vez mais difíceis de serem alcançadas, de modo que a economia deve encolher este ano em 2%, duas vezes mais do que o previsto, e o desemprego deve atingir um nível recorde de 16,9%.