Jornal Correio Braziliense

Economia

Economista considera positiva taxa de desemprego quase estável em janeiro

Para economista da Fundação Seade arelativa estabilidade da taxa de desemprego no país no mês de janeiro pode ser vista como um resultado positivo

São Paulo ; A relativa estabilidade da taxa de desemprego no país no mês de janeiro pode ser vista como um resultado positivo, segundo o coordenador de Análise da Pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), Alexandre Loloian. Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27/2) pela entidade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o índice passou de 9,8% em dezembro de 2012 para 10% em janeiro deste ano. Loloian explica que janeiro é mês típico de elevação nas taxas de desemprego, o que não ocorreu este ano.

;Sempre há redução em janeiro, mas neste [ano] houve um recuo menor, o que não deixa de ser um bom sinal. Este janeiro não foi um mês tão ruim, o que compensou uma retração do final do ano;, avalia.



A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) analisa um conjunto de sete regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal).

[SAIBAMAIS]Entre as localidades pesquisadas, a que teve maior taxa de desemprego é Salvador, onde o índice era 16,6% em dezembro de 2012 e ficou em 17,3% em janeiro deste ano. No Recife, o desemprego chegou a 12,6% no mês passado, sendo que em dezembro havia registrado 12,2%. No Distrito Federal, a taxa ficou em 12%, mais do que em dezembro (11,1%).

Belo Horizonte e Porto Alegre apresentaram relativa estabilidade. O desemprego passou de 6,5% em dezembro para 6,3%, em Porto Alegre. Em Belo Horizonte, cresceu de 5,3% para 5,6%, no período. A região metropolitana de São Paulo, onde a taxa ficou em 10%, é a única em que o índice de desemprego não variou.

O nível de ocupação, em janeiro, teve variação negativa de 0,3% no conjunto de regiões analisadas. Porto Alegre apresentou crescimento de 0,8%. Houve queda em outras localidades, como Fortaleza (-0,3%), São Paulo (-0,3%), o Distrito Federal (-1,5%) e o Recife (-1,3%). Apresentaram estabilidade no nível de ocupação as regiões de Belo Horizonte e Salvador.

Por setores da atividade econômica, o nível de ocupação registrou aumento de 0,8% na indústria de transformação e de 1,1% no comércio e reparação de veículos automotores. Houve queda de 0,2% na construção e de 1,1% nos serviços.

Há várias razões para a redução maior no setor de serviços, segundo Loloian. ;Como [o setor] representa 56% dos ocupados, o segmento é muito diverso;, destaca. Mas a queda pode ser explicada, por exemplo, por ajustes de começo de ano como na área da educação. ;Muitos professores são contratados como temporários e dispensados no início do ano;, exemplifica.

Quanto ao rendimento médio real dos ocupados, em dezembro de 2012, houve aumento de 3,6% em Fortaleza, passando a valer R$ 1.068. Em Belo Horizonte, foi registrada alta de 2,1%, com salários médios de R$ 1.587. Porto Alegre teve elevação de 0,5% e rendimentos de R$ 1.598.

O Distrito Federal, que apresentou o maior salário médio (R$ 2.250), teve queda de 2,3% no rendimento. Tiveram redução, além disso, o Recife (1,7% e rendimento médio de R$ 1.110 ), São Paulo (1,6% e rendimento médio de R$ 1.732) e Salvador (0,6% e rendimento médio de R$ 1.088).

Assim como o Dieese e a Fundação Seade, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga levantamento mensal sobre o desemprego no país. Segundo o levantamento divulgado ontem (26) pelo IBGE, a taxa de desemprego no conjunto das seis regiões pesquisadas ficou em 5,4% em janeiro

As taxas apresentadas nas duas pesquisas costumam ser diferentes, devido aos conceitos e metodologias usados. Entre as diferenças está o conjunto de regiões pesquisadas. O Dieese e a Fundação Seade não calculam o número de desempregados da região metropolitana do Rio de Janeiro. Na pesquisa do IBGE, não estão incluídas as regiões metropolitanas de Fortaleza e do Distrito Federal.