Jornal Correio Braziliense

Economia

Mercado testa o Banco Central e o dólar antinge a marca de R$ 1,95

A moeda norte-americana atinge a menor cotação dos últimos nove meses, sem que o Banco Central interfira nos negócios. Para analistas, a autoridade monetária usa o câmbio como arma contra a inflação

O dólar derreteu mais um pouco no pregão de ontem. Depois de recuar 0,31%, a divisa chegou ao menor nível desde maio do ano passado, fechando em R$ 1,958. A cotação ficou pouco acima de R$ 1,95, valor considerado pelo mercado como um piso extraoficial fixado pelo governo. Em apenas um mês e meio, a moeda norte-americana acumula um tombo de 4,22%. Segundo analistas, o mercado está testando os limites do Banco Central. A expectativa é que, hoje e nos próximos dias, um movimento especulativo tentará levar o câmbio ainda mais para baixo, até que a autoridade monetária se sinta obrigada a intervir. Os investidores querem saber até que ponto o governo vai tolerar a desvalorização.



Para quem pretende viajar ao exterior, esse é um bom momento de adquirir moeda estrangeira. Os especialistas dizem que a melhor estratégia é comprar aos poucos, começando bem antes da data da viagem, para que o custo não pese no orçamento. Outra recomendação é se valer de um cartão de crédito pré-pago, cujo valor pode ser preenchido gradativamente. O uso dos cartões tradicionais no exterior deve ser controlado porque, além do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6,38%, o turista só saberá o valor do dólar na volta da viagem, quando chegar a fatura. Se a divisa subir, o susto pode ser grande.