O governo retoma as atividades nesta quinta-feira pós-Carnaval ainda assombrado pelo baixo crescimento do ano passado. Temerosos de que os problemas se repitam, mas com poucas opções, integrantes da equipe econômica têm insistido no discurso de que só o que falta para a economia é tempo. ;As medidas estão demorando mais do que o esperado para surtir efeito, mas elas vão aparecer;, garante um técnico do governo. A fala, porém, é a mesma de meados de 2012, quando se esperava uma reação espetacular da economia e ela não veio. Para representantes do setor produtivo e participantes do mercado, apesar do discurso governamental, é preciso urgência na retomada, sobretudo em relação aos investimentos.
;O Brasil cresce a duas velocidades. Os setores ligados à renda vêm tendo um desempenho bastante satisfatório, consequência direta do mercado de trabalho bastante apertado, já os investimentos não decolam;, disse Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil. Diante dessa perspectiva, as expectativas do mercado continuam a piorar. Dados do boletim semanal Focus, divulgados ontem pelo Banco Central, trazem mais uma revisão para baixo na projeção para o PIB. O indicador, que começou o ano passado com uma previsão de 4,25% para 2013, chegou nesta semana a 3,09%. Parte dessa piora, segundo analistas, se deve à lentidão do poder público na gestão de investimentos.