O Brasil deixou de ser o "queridinho" dos investidores estrangeiros. Com uma taxa de juros em 7,25% ao ano, o menor nível da história, e uma inflação elevada, os juros reais do país estão próximos de ficar negativos. Diante desse quadro, esses aplicadores têm destinado uma parcela cada vez menor do seu capital para o Brasil. Dados do Banco Central apresentados nesta quarta-feira (06/02) retratam esse posicionamento internacional em relação ao Brasil. Em janeiro, o país deixou escapar US$ 2,38 bilhões, situação bem diferente do primeiro mês de 2012, quando, ao invés de fuga de capitais, registrou-se o ingresso de US$ 7,28 bilhões.
No mês, a maior parte desse saldo negativo veio da balança comercial. Em janeiro, os contratos de importação superaram os de exportação em US$ 4,75 bilhões. O mercado financeiro compensou parte desse buraco, registrou US$ 2,37 bilhões a mais de ingressos do que saídas de capital, ainda assim, o resultado final do fluxo cambial ficou negativo. Quando esses dados ficam no vermelho, significa que há uma menor quantidade de dólares disponíveis no mercado brasileiro, ou seja, há uma pressão para que a divisa norte-americana se valorize frente o real. O governo, apesar do câmbio ser oficialmente flutuante, tem amenizado essas pressões controlando as oscilações da moeda, uma missão que deve se complicar caso esse fluxo permaneça reduzido.