Rio de Janeiro ; Embora continue crescendo, o número de trabalhadores brasileiros com carteira assinada perdeu fôlego em 2012, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta quinta-feira (31/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a entidade, o contingente de trabalhadores que têm o documento vem aumentando em quase todos os setores, porém menos do que em anos anteriores.
No total das seis regiões metropolitanas pesquisadas, o total de empregados com carteira assinada no setor privado, excluindo os trabalhadores domésticos, aumentou 3,7% em 2012, na comparação com 2011, enquanto o crescimento da população ocupada ficou em 2,2%.
A alta foi inferior à expansão de 6,8% verificada na passagem de 2010 para 2011. De 2009 para 2010, o aumento do número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 7,2%. Em 2012, esses empregados totalizavam 11,3 milhões. Para a técnica da Pesquisa Mensal de Emprego, Adriana Beringuy, os dados não refletem uma situação de ;pleno emprego;, devido à grande diferença entre as regiões.
;Essa taxa é de seis regiões metropolitanas e não considera outras realidades envolvidas no mercado de trabalho. E, dentro das seis regiões, existem diferenças inter-regionais, e com essas disparidades não é coerente falar em pleno emprego;, disse ela, ao destacar que ainda há um contingente expressivo de trabalhadores, como vendedores ambulantes, que não tem Carteira de Trabalho.
Para Adriana, a diminuição no ritmo de carteiras assinadas não significa, necessariamente, um cenário econômico desaquecido. ;Pode representar um processo de crescimento normal, sem reflexo de crise.;
O percentual de trabalhadores com carteira assinada passou de 48,5% em dezembro de 2011 para 49,2% em dezembro de 2012 (11,3 milhões). Entre 2003 e 2012, quase 4 milhões de trabalhadores tiveram acesso ao documento, um aumento de 56,3%.
A pesquisa mostra que São Paulo, que concentra cerca de 40% dos empregados no país, e Porto Alegre já têm mais da metade dos trabalhadores com carteira assinada.
Por setores, na indústria, quase 70% dos empregados têm o documento e, na construção civil, cerca de 40%, sendo que esse último registrou o maior aumento nos últimos dez anos (15,3 pontos percentuais). No comércio, os trabalhadores com carteira representam 53% do total ocupado. No caso de serviços prestados às empresas, o percentual chega a 70,4% e em educação, saúde e serviços sociais, tanto públicos quanto privados, a 37,5%. Nos serviços domésticos, predomina o empregado sem carteira (60,7%).