Jornal Correio Braziliense

Economia

Agências da ONU lançam campanha para limitar desperdício de alimentos

A ação recomenda aos consumidores a utilização da lista de comprars e o não descarte abusivo de frutas

Agências da ONU lançaram esta terça-feira uma campanha para limitar o desperdício de alimentos, recomendando aos consumidores fazer compras com lista e não descartar frutas unicamente pela aparência, entre outras coisas.

A campanha "Think.Eat.Save.Reduce your Foodprint" (Pense.Coma.Economize.Reduza sua pegada alimentar, em tradução livre), visa a "reduzir as perdas e o desperdício de alimentos ao longo de toda a cadeia de produção e consumo", informaram o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) em um comunicado.

"A nova campanha se dirige especificamente a alimentos desperdiçados pelos consumidores, os varejistas e a indústria hoteleira", destacaram.



"Em um mundo de 7 bilhões de habitantes, que chegará a 9 bilhões em 2050, o desperdício de alimentos não faz sentido nem ao nível econômico, nem ambiental, nem ético", assegurou o secretário-geral adjunto da ONU e diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, segundo o comunicado.

"Além do custo que acarreta, toda terra, água, fertilizantes e mão-de-obra necessários para cultivar estes alimentos se perdem. Para não falar nas emissões de gases de efeito estufa, produzidos pela decomposição dos alimentos nos lixões e no transporte dos alimentos que acabam sendo descartados", acrescentou Steiner.

"Para transformar em realidade a visão de um mundo realmente sustentável, precisamos transformar a forma como produzimos e consumimos nossos recursos naturais", assegurou.

"Juntos, podemos inverter esta tendência inaceitável e melhorar a vida das pessoas. Nas regiões industrializadas, quase a metade do total de alimentos desperdiçados, ao redor de 300 milhões de toneladas ao ano, se deve a que produtores, varejistas e consumidores descartam alimentos que ainda estão aptos para o consumo", afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano, no mesmo comunicado.

"É mais do que a produção total líquida de alimentos da África subsaariana e seria suficiente para alimentar as cerca de 870 milhões de pessoas com fome no mundo", afirmou.

Entre outras coisas, recomenda-se aos consumidores planejar suas refeições, fazer uma lista de compras e evitar comprar mais que o necessário, não se deixando levar pelas incitações comerciais.

A campanha também procura melhorar o conhecimento que os consumidores têm sobre as datas de vencimento dos alimentos.