Rio de Janeiro ; Os brasileiros começaram 2013 com a intenção de consumir menos do que em 2012. Segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (16/1) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), houve queda na intenção de consumo das famílias de 3,3% em janeiro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a CNC, o nível de endividamento continua elevado, assim como há menos otimismo em relação ao mercado de trabalho. De acordo com o economista Bruno Fernandes, no início de 2012 havia outros fatores que estimulavam o consumo.
;Houve alguns fatores pontuais que tivemos naquele momento e não temos agora. Um deles é a isenção do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] para a linha-branca e para veículos, a partir de dezembro de 2011. E isso trouxe otimismo às famílias visto que se tinha um incentivo ao consumo;, explicou o economista.
Em outro sentido, o reajuste do salário mínimo neste ano será menor. ;Nós tivemos aumento nominal de 14% no ano passado. Agora, será em torno de 9%. Aliado a isso, há uma perspectiva de inflação mais alta no início deste ano;, disse.
Entre os indicadores avaliados na pesquisa, as maiores quedas foram observadas na perspectiva de consumo para os próximos três meses (-7,8%) e momento para adquirir bens duráveis (-7,1%). A confiança em relação ao emprego atual caiu 3,2%, devido a incertezas em relação à economia.
O único dos sete indicadores que apresentou alta em relação a janeiro de 2012 foi o relativo à renda atual - 0,3% - que, segundo Bruno Fernandes, mostra que os consumidores brasileiros continuam tendo ganho de renda.
Segundo a pesquisa, a intenção de consumo caiu mais nas famílias com renda maior do que dez salários mínimos (-5,6%). Para as famílias com renda até dez salários, a intenção caiu 3%.