Jornal Correio Braziliense

Economia

EUA intensificam negociações para evitar o 'abismo fiscal'

Parlamentares norte-americanos realizam intensas negociações no Congresso neste sábado para tentar encontrar um acordo que impeça o país de sofrer uma série de medidas de austeridade, conhecidas como "abismo fiscal", a algumas horas do prazo final, que é a meia-noite de segunda-feira.

Os conselheiros dos chefes de linha no Senado, controlado pelos aliados democratas do presidente Barack Obama, trabalham para desenvolver um acordo que seja aceitável para democratas e republicanos, que por sua vez dominam a Câmara dos Representantes.

[SAIBAMAIS]"As discussões estão em andamento", disse neste sábado um alto conselheiro republicano, lembrando que os detalhes de um eventual acordo não serão divulgados antes que os dirigentes dos partidos informem previamente a seus grupos parlamentares, no domingo.

Em seu relatório semanal, Barack Obama pediu ao Congresso para evitar que a classe média sofra um aumento de impostos.

"Temos de tomar medidas para proteger a classe média, para fazer crescer esta economia e levar o país para frente", disse Obama em seu programa semanal de rádio, que é também publicado na internet.

"Os parlamentares estão trabalhando para evitar um aumento de impostos sobre a classe média e eu acho que nós podemos chegar a um acordo que pode ser apoiado por ambas as partes", acrescentou.



O presidente e os responsáveis republicanos e democratas no Congresso se encontraram na sexta-feira na Casa Branca. Após a reunião, Obama disse que estava "moderadamente otimista de que um acordo poderá ser alcançado" antes do prazo de 1; de janeiro.

No caso de as negociações fracassarem, entrarão imediatamente em vigor nos Estados Unidos severas medidas de austeridade, no primeiro dia do ano, que consistem em um aumento geral de impostos e cortar gastos públicos. Este "precipício" provavelmente levaria à volta da maior economia do mundo à recessão, segundo economistas.

Obama, que foi reeleito para um segundo mandato de quatro anos em novembro passado, visa aumentar os impostos para as classes mais altas e manter os aumentos de classe média. Seus rivais republicanos, no entanto, buscam aplicar severos cortes nos gastos públicos.

Caso não haja acordo até segunda-feira, na terça-feira as isenções fiscais para a maioria dos contribuintes, adotadas durante a presidência de George W. Bush, expirarão, e, além disso, entrarão em vigor drásticos cortes no gasto público.

Os impostos de quase todos os contribuintes norte-americanos aumentarão em 2.200 dólares, segundo a Casa Branca. Os cortes, consequência de um pacto entre democratas e republicanos em 2011, seriam sentidos, sobretudo, no orçamento de Defesa e poderiam derivar em numerosas demissões.

Segundo os economistas, um problema desta natureza poderia arrastar a economia norte-americana novamente à recessão.