Depois de ter dito que o Tesouro Nacional poderia lançar ainda este ano títulos no exterior, o secretário do órgão, Arno Augustin, explicou que ;condições de mercado; adiaram a emissão para o início de 2013. Segundo ele, o fraco funcionamento dos mercados financeiros internacionais nos feriados de fim de ano fez o Tesouro desistir de lançar títulos da dívida externa ainda em dezembro.
;As janelas de oportunidade no fim de ano são poucas. É um período em que o mercado internacional funciona menos. Por isso, decidimos deixar as emissões para o início do próximo ano;, disse o secretário. Ele negou que o agravamento da crise internacional, influenciada pelas incertezas em relação à continuidade de cortes de impostos e de aumentos de gastos públicos nos Estados Unidos, tenha interferido na decisão.
;Em outras ocasiões, o Tesouro fez emissões no exterior em momentos de crise, justamente para testar os fundamentos da economia brasileira no mercado internacional;, declarou Augustin. Ele ressaltou ainda que a estratégia do Tesouro em conseguir juros cada vez mais baixos não mudou. ;Vamos fazer emissões de títulos de dez anos em dólar perseguindo taxas mais baixas;, acrescentou.
Por meio dos títulos públicos, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos assumidos. Em troca, o Tesouro compromete-se a devolver os recursos acrescidos de juros, que representam a desconfiança dos aplicadores de que o país dará calote e não pagará a dívida pública. Quanto menores as taxas, maior a confiança na economia de determinado país.
No caso das emissões externas, o secretário reiterou que os lançamentos de títulos não têm como objetivo obter recursos no mercado internacional. De acordo com Augustin, o governo brasileiro emite os papéis para conseguir juros baixos que sirvam de referencial para as empresas brasileiras que forem captar recursos no exterior. ;As empresas que seguiram o governo e lançaram títulos lá fora também conseguiram as menores taxas de juros da história;, ressaltou.
Em novembro, o secretário disse que o Tesouro Nacional deveria fazer uma nova emissão de títulos no exterior antes do fim do ano. O último lançamento de títulos públicos brasileiros no mercado internacional ocorreu em setembro, quando o Tesouro captou US$ 1,350 bilhão em títulos da dívida externa com vencimento em dez anos.