Jornal Correio Braziliense

Economia

Dilma quer 'o maior crescimento possível' e defende redução de impostos

A presidente Dilma Rousseff disse hoje (27/12) que está fazendo ;o possível e o impossível; para que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano seja o maior possível. Para ela, a retomada da economia mundial, principalmente dos Estados Unidos e da China, deve beneficiar o Brasil. Dilma disse ainda que não pretende fazer mudanças no comando do Ministério da Fazenda. ;O Mantega [Guido Mantega] não tem a menor hipótese de sair do meu governo, a não ser que queira;.

;O ano de 2013 terá um ambiente melhor, que também vai ser propício ao Brasil. Mas nós somos uma economia que pode caminhar pelos seus pés;, disse a presidenta, durante café da manhã com jornalistas. ;O Brasil tem que ter crescimento sustentável e contínuo, com grau de sustentação muito alto. Este foi o ano de buscar a competitividade. É algo que teremos que fazer permanentemente a partir de agora, mas a partida foi dada neste ano;, acrescentou.

Entre as medidas que levaram a essas condições, Dilma listou a redução de juros, a taxa de câmbio ;mais realista; e investimentos pesados em infraestrutura. No entanto, cobrou veementemente a redução de impostos e mudanças na estrutura tributária, que, segundo ela, tem que ser mais racional.


;O Brasil precisa reduzir impostos. Quando diminui a carga de juros, possibilita reduzir impostos. O Brasil precisa de uma mudança na sua estrutura tributária. Não falo em reforma, porque é mais fácil criar um mosaico do que fazê-la abruptamente. O Brasil precisa de uma estrutura tributária mais racional;.

Perguntada sobre interferência no setor privado, a presidenta foi enfática ao responder que agiu para garantir condições de empréstimos de longo prazo para investimentos. ;Ninguém investe com financiamento de sete anos. Interferi sim para ter financiamento de 20, 30 anos e brigo ainda. Sou umas das pessoas mais preocupadas com financiamento a longo prazo".

Dilma defendeu a criação de outras formas de financiamento a longo prazo no país, como fundos que aceitem debêntures como ações, e a maior participação de bancos privados no setor. ;Precisamos que bancos privados participem do financiamentos, e não apenas o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Hoje tudo recai sobre o BNDES e não pode ser assim. O setor privado vai dar musculatura;, ponderou.

A presidente evitou comentar a expectativa de novas quedas na taxa de juros ou outros indicadores econômicos. ;Não me manifesto sobre juros e câmbio;.