Rio de Janeiro - O mercado segurador brasileiro deve fechar o ano de 2012 com arrecadação estimada em R$ 255 bilhões, representando um crescimento em termos nominais, isto é, sem descontar a inflação, de 19,6%. Em termos reais, a expansão esperada atinge 14%, para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) de 1,6%. A arrecadação do setor somou R$ 214 bilhões no ano passado e correspondeu a 5,17% do PIB. Este ano, a estimativa é chegar a 5,7% do PIB.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (18/12), no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg). O presidente da entidade, Jorge Hilário Gouvea Vieira, atribuiu boa parte da perspectiva de incremento da arrecadação do mercado segurador à expansão da classe social C e, em consequência, da poupança interna.
;Você tem dois grandes elementos de aumento: a Previdência, em função dessa nova poupança que está surgindo, e a saúde;. Gouvea Vieira explicou que o PIB foi menor este ano, mas a disponibilidade financeira das pessoas foi maior. Com isso, as sobras de dinheiro no final do mês foram usadas pelos consumidores como instrumento de poupança. ;Isso foi capturado pelo mercado de seguros;. Reiterou que o aumento do seguro observado no país em 2012 resultou do crescimento de uma classe econômica. ;Essa classe C/D está correndo para a Previdência e o seguro saúde;. Acrescentou que a baixa taxa de desemprego contribui também para aumentar a disponibilidade de renda das famílias.
O retorno à sociedade de recursos do setor nacional de seguros, incluindo pagamento de sinistros, benefícios, resgate de títulos de capitalização e sorteios, deve encerrar o ano com R$ 150 bilhões, o que equivale a 3,5% do PIB. A expansão anual média tem sido 13% desde 2007, disse o superintendente de Regulação da CNseg, Alexandre Leal.
Já os investimentos feitos pelo setor em 2012, englobando provisões técnicas e patrimônio líquido, mostram evolução acima de 19% em comparação a 2011, alcançando R$ 525,1 bilhões. A capacidade de investimento supera 11% do PIB. A projeção da CNseg entre 2013 e 2015 é aumentar a arrecadação do mercado brasileiro em mais de 55%, totalizando R$ 400 bilhões, o que representa, em termos conservadores, incremento médio de 15% ao ano, no período.
Alexandre Leal esclareceu que a meta não é impossível de ser alcançada, uma vez que em 2009, em plena crise financeira internacional, quando o PIB brasileiro apresentou resultado negativo de 0,2%, o setor cresceu 10,5%.
Gouvea Vieira disse que a expansão prevista tem o desafio de buscar uma aproximação com a comunidade. Nesse campo, admitiu que o microsseguro vai ajudar no desenvolvimento de outras formas de seguro. A inserção e a educação financeira dos consumidores brasileiros são um desafio para o mercado. ;É uma questão primordial do mercado que o cliente entenda os riscos que está correndo e como o mercado segurador pode protegê-lo;.
Outro fator que vai ajudar o crescimento do setor no Brasil é a longevidade da população. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro vai atingir 80 anos em 2040, quando se espera obter equilíbrio entre as taxas de mortalidade e natalidade. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que em 2050 haverá 2,5 brasileiros em idade laboral, ou seja, entre 20 anos e 64 anos, para cada brasileiro com 65 anos ou mais. Hoje, essa razão é 8.