Padovani discorda da teoria de que o governo abandonou o tripé da política macroeconômica: câmbio flutuante, controle fiscal e controle da inflação. No máximo, ;há uma flexibilização; por conta da conjuntura atual. Ele acha que o governo adotou a agenda correta e o choque de investimento está por vir, o que será a marca da presidente Dilma Rousseff. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Brasil cresce pouco pelo fator externo ou porque as medidas intervencionistas do governo tem afugentado os investidores?
Existem três visões no mercado. Acho que todas estão corretas e elas explicam por que o país teve essa desaceleração. A primeira é que houve um choque externo, com muita incerteza em relação a Europa, a China e aos Estados Unidos. O mundo ficou mais cauteloso e postergou decisões de consumo e investimento. A segunda, que os investimentos estão em queda devido às incertezas externas e às dúvidas regulatórias aqui no país. A terceira versão, a que mais acredito, é que o Brasil cresce pouco por causa desses dois fatores, mas, principalmente, porque houve uma contração muito forte no crédito.
O que vai ser necessário para uma retomada?
No caso do PAC, o ritmo ainda é lento; Um aspecto fundamental foi a percepção do governo e da sociedade de que somente investimento público não resolve. É necessário criar um ambiente regulatório adequado. A gente pode até dizer que o processo é lento, mas o importante é que o governo mudou a agenda e priorizou o investimento privado. O governo avançou em direção a uma agenda econômica correta. Sou palmeirense e continuo otimista no futebol e na economia, apesar de reduzirmos as projeções de alta do PIB de 1%, neste ano, e 3,5%, em 2013. Antes, eram 1,5% e 4% (respectivamente).