Jornal Correio Braziliense

Economia

Entrada de dólares no país supera saída em US$ 4,8 bilhões em novembro

A entrada de dólares no Brasil superou a saída em US$ 4,876 bilhões, em novembro, informou nesta quarta-feira (5/12) o Banco Central (BC). O saldo positivo veio depois de três meses seguidos de resultado negativo, sendo que em outubro a saída superou a entrada em US$ 3,823 bilhões.

O resultado positivo veio somente do fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), com US$ 7,262 bilhões. O segmento comercial (operações relacionadas a exportações e importações) registrou saldo negativo de US$ 2,386 bilhões.

De janeiro a novembro, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 23,508 bilhões, ante US$ 67,222 bilhões registrados no mesmo período de 2011. Nos 11 meses do ano, o saldo é positivo tanto para o segmento financeiro (US$ 10,859 bilhões) quanto para o comercial (US$ 12,649 bilhões).

[SAIBAMAIS]O BC também informou que os bancos fecharam novembro em posição comprada ; o que indica expectativa de alta do dólar ; de US$ 914 milhões. Em outubro, a posição de câmbio dos bancos era vendida ; expectativa de queda do dólar ; em US$ 3,658 bilhões. No último dia 3, o BC divulgou pesquisa feita com instituições financeiras, que mudaram a projeção para a cotação do dólar ao final deste ano de US$ 2,03 para US$ 2,07.



Hoje, o Ministério da Fazenda anunciou medida que isenta de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a captação de recursos externas por prazos longos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou que a medida tenha relação com a elevação do dólar, que ultrapassou a marca de R$ 2,10 nos últimos dias. Ontem, o Banco Central também anunciou medida que facilita a entrada de dólares no país e pode ter impacto no câmbio, aliviando a pressão de alta da moeda americana.

No último dia 22, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini disse que o Brasil não tem qualquer objetivo formal ou informal para a taxa de câmbio, mas poderia adotar medidas para resolver ;questão temporária de liquidez na virada do ano;. De acordo com Tombini, sempre no final do ano há oferta de dólares menor do que a demanda, mas esse movimento tende a se reverter no início do próximo período.