Frustrado por um Produto Interno Bruto (PIB) fraco no terceiro trimestre do ano ; avanço de minguado 0,6% ;, o governo lançou ontem mais um pacote na tentativa de fazer a economia reagir. O beneficiado da vez foi o setor da construção civil, que, ontem, teve atendido um pedido antigo, a desoneração da folha de pessoal. O setor trocou a contribuição de 20% sobre os salários pelo recolhimento de 2% em cima do faturamento. Ganhou ainda uma linha de crédito especial de R$ 2 bilhões, a juros de 0,94% ao mês, e a redução de 6% para 4% da alíquota unificada do Imposto de Renda, da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), do PIS e da Cofins. Já a cobrança unificada de 1%, que antes beneficiava apenas imóveis de até R$ 85 mil, foi estendida para unidades de até R$ 100 mil. Todas essas bondades implicam em uma renúncia fiscal de R$ 3,3 bilhões.
A presidente Dilma Rousseff está convencida de que a construção civil, por ser empregadora intensiva de mão de obra e um pilar importante da indústria, tem tudo para puxar os investimentos, que apontaram queda de 2% no terceiro trimestre. ;A escolha desse setor pelo governo se explica pelo efeito multiplicador que ele é capaz de gerar;, conta Rafael Leão, economista da Austin Rating. ;A construção impacta a demanda agregada, impulsiona o emprego e movimenta o consumo da indústria de base, que trabalha com cimento, aço, e uma série de bens de capital. Tudo isso estimula o empresariado a tirar da gaveta novos projetos;, argumentou.
[VIDEO1]