Jornal Correio Braziliense

Economia

PIB de 0,6% no trimestre mostra economia sem força de recuperação

O aumento de 0,6% da atividade econômica, de julho a setembro, comparado ao trimestre anterior, acena com uma melhora em relação aos aumentos de 0,2%, de janeiro a março, e de 0,1%, de abril a junho; mas, frustrou expectativas, e é revelador de que a economia não tem força, pelo menos nessa etapa inicial em que mostra algum sinal de recuperação da estagnação que durou mais de um ano.

O diagnóstico foi divulgado em nota do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) tão logo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos pelo país no trimestre passado. A análise qualitativa do Iedi destaca o ;baixo dinamismo econômico; no período analisado, e ressalta que o que mais contribuiu para o PIB foi a queda acentuada das importações de bens e serviços, quando se esperava mais do consumo doméstico e dos investimentos.

De acordo com o Iedi, a fraca recuperação da economia brasileira é determinada, principalmente, pelo comportamento do investimento, que teve grande declínio na indústria, em meses passados, e melhor desempenho de julho a setembro, quando cresceu 1,1%, ante -1,8% no trimestre anterior. O declínio anterior contagiou, porém, outros setores da economia, e apesar da melhora recente ainda ;é cedo para que isso tenha reflexo nas decisões de investir dos empresários;.



Quem sustentou o crescimento do PIB em grande parte foi o setor agropecuário, que avançou 2,5% no trimestre passado, comparado ao segundo trimestre do ano, e aumentou 3,6% em relação ao mesmo período de 2011. Resultado movido especialmente pelo bom desempenho das colheitas de café e milho, que cresceram 14,5% e 27,1%, respectivamente, segundo a presidente da Confederação da Agricultura e da Pecuária Brasileira (CNA), senadora Kátia Abreu (PDS-TO).

[SAIBAMAIS]Ela lembrou, contudo, que o desempenho da agropecuária no terceiro trimestre foi menor que os 4,6% de crescimento no trimestre anterior, em virtude da entressafra agrícola. Período em que as atenções do produtor rural estavam voltadas, segundo ela, para o planejamento da safra 2012/2013, que está sendo plantada.

Pela ótica do economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o ;fraco resultado; divulgado hoje pelo IBGE não garante crescimento expressivo do PIB em 2013. Acredita, porém, que a atividade econômica marcha para uma expansão de 1,5% este ano, empurrada pela agropecuária, pelo consumo das famílias e pela atividade comercial, que cresceu 0,4% no trimestre passado, comparado ao trimestre anterior, e 1,2% em relação a igual período de 2011.