Madri - Um homem envolvido em um processo de despejo por falta de pagamento de seu aluguel se suicidou nesta quarta-feira (28/11) na localidade espanhola de Santesteban (norte), informou uma fonte judicial, aumentando para quatro o número de suicídios de pessoas atingidas por desalojamentos em pouco mais de um mês.
O homem, que não teve sua identidade revelada, devia pouco mais de 4.200 euros de aluguel e um juiz decretou que sua expulsão poderia ser feita a partir desta quarta-feira, disse uma fonte do Tribunal Superior de Justiça de Navarra. A polícia está investigando as causas do suicídio, segundo a imprensa espanhola.
Este foi o quarto suicídio de uma pessoa afetada por um processo de despejo em pouco mais de um mês na Espanha, depois de outra ter tirado a própria vida em Córdoba (sul). Naquele caso, um porta-voz da delegação do governo explicou que se tratava de um "despejo familiar", já que a residência era propriedade de parentes. "Não era uma questão de despejo bancário", insistiu, enquanto a imprensa espanhola afirmava que o homem não pagava seu aluguel há vários meses.
[SAIBAMAIS]Dois proprietários endividados e ameaçados de despejo por seus bancos também se suicidaram nas últimas semanas na Espanha, país mergulhado em uma recessão onde um em cada quatro trabalhadores está desempregado. No dia 25 de outubro, José Luis Domingo foi encontrado enforcado no sul da Espanha quando seria despejado de sua residência. No dia 9 de novembro, Amaia Egaña, ex-vereador socialista, se jogou da janela de seu apartamento no País Basco (norte) pouco antes da chegada das ordens judiciais para expulsá-lo de sua casa.
Devido a uma forte pressão social, o governo espanhol anunciou recentemente uma moratória de dois anos dos despejos para os proprietários endividados mais vulneráveis, uma medida de urgência adotada diante da sucessão de situações difíceis relacionadas à crise econômica.