Bruxelas - O Parlamento Europeu (PE) anunciou nesta terça-feira que se recusa a negociar o projeto atual do Orçamento de 2013 da União Europeia (UE), o que bloqueará as negociações entre os ministros europeus encarregados do orçamento. A presidência chipriota da UE foi informada da decisão do Parlamento, mas tentava salvar a reunião, declarou um de seus porta-vozes.
"Ante a impossibilidade atual na qual se encontra o Conselho (de ministros da UE) de resolver o problema do orçamento para 2012 (...), o Parlamento Europeu não pode continuar com as negociações para o orçamento de 2013", explicou o chefe da comissão de orçamento, o eurodeputado francês Alain Lamassoure.
"A presidência chipriota continua seus esforços para chegar a um acordo. O período de conciliação (com o Parlamento Europeu) termina à meia-noite", insistiu Nikos Christodoulides, porta-voz da presidência. "Buscamos os meios para que o Parlamento Europeu regresse à mesa de negociações", confirmou o porta-voz chipriota.
Um fracasso da reunião obrigará a Comissão Europeia a apresentar um novo projeto de orçamento para 2013 e a novas negociações com o Parlamento para tratar de um acordo antes do final de ano. A União Europeia já viveu este tipo de situação no passado. O projeto de orçamento de 2013 proposto pela Comissão prevê 138 bilhões de euros em gastos, ou seja, alta de 9 bilhões (6,8%) com relação a 2012.
O Parlamento Europeu estava disposto a negociar com os governos com a condição de que estes últimos aceitem fazer novas contribuições para cobrir o rombo de 8,900 bilhões de euros que faltam no orçamento de 2012, que deixou sem crédito vários programas, entre eles as bolsas de estudo Erasmus.
O clima de indecisão quanto ao orçamento europeu somou-se à ausência de um acordo sobre Grécia para ajudar a conter o bom humor dos investidores nesta sessão, mas não impediu altas em algumas das principais bolsas do continente. A Bolsa de Londres fechou em alta moderada de 0,33%, com o FTSE-100 aos 5.786,25 pontos. Em Frankfurt, o índice Dax terminou sem alterações, aos 7.169,12 pontos. O CAC 40 de Paris terminou o dia em alta de 0,56%, a 3.430,60 pontos. A Bolsa de Madri registrou por sua vez ganhos de 1,66% e fechou aos 7.693,4 pontos, impulsionada em particular pelos dois principais bancos, Santander e BBVA.
Os ministros das Finanças da Eurozona, reunidos ontem, também não conseguiram definir a fórmula do pagamento dos empréstimos concedidos e do alívio da carga da dívida grega e terão que se reunir novamente no dia 20 de novembro.
"Antes do fim deste mês, a Eurozona espera desbloquear a parcela de ajuda à Grécia" de 31,2 bilhões de euros, pendente desde junho, disse o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.