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Economia

Aumento de exportações chinesas é um bom sinal para o crescimento

PEQUIM - O aumento das exportações chinesas em outubro, anunciado neste sábado durante o terceiro dia do congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em Pequim, é um sinal de um salto de crescimento da segunda economia do planeta e se soma a bons indicadores econômicos publicados na sexta-feira.

As exportações da segunda economia mundial aumentaram para 175,6 bilhões de dólares, uma alta de 11,6% em um ano, informou a alfândega chinesa.

As importações, por sua vez, aumentaram 2,4%, para 143,600 bilhões de dólares, o que elevou o excedente comercial para outubro a 32 bilhões de dólares, contra 27,7 bilhões em setembro.

"As cifras do comércio, somadas aos indicadores que apontam para uma melhoria na demanda interna publicados na sexta-feira, trazem a reconfortante ideia de uma aceleração do crescimento", disse Li-Gang Liu, economista do banco ANZ, de Hong Kong.

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"Sobre a base das cifras de outubro, em particular a alta de 9,6% da produção industrial, pensamos que o crescimento econômico da China voltará a aumentar", disse Lu Ting, economista do Bank of America-Merrill Lynch.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu a mais de um ano e meio para situar-se no terceiro trimestre a 7,4%, contra 10,7% em média na última década.

Durante seu discurso no congresso do PCC, o presidente Hu Jintao, fixou a meta para seu sucessor, Xi Jinping, de duplicar a renda por habitante em dez anos, o que implica em manter uma alta anual do PIB acima de 7% até 2020.

Apesar das boas cifras de outubro, o volume do comércio exterior só aumentou 6,3% nos dez primeiros meses de 2012, contra mais de 20% no ano passado, disse a alfândega.

"Penso que será muito difícil alcançar a meta de 10%" de crescimento da balança comercial para todo o ano", disse ministro chinês de Comércio, Chen Deming, citado pelo jornal China Daily.

A desaceleração do crescimento do comércio exterior e principalmente das exportações tornam urgente a reorientação da economia chinesa para dar um lugar maior à demanda interna.

Esta orientação pode satisfazer aos sócios comerciais da China, mas só se for acompanhada por uma alta das importações, pois muitos países - com os Estados Unidos em primeiro lugar - têm se queixado do déficit comercial com Pequim.

Nos dez primeiros meses do ano, as exportações da China aumentaram em 7,8%, a 1,67 bilhões de dólares, enquanto que as importações subiram 4,6%, a 1,49 bilhões, pelo que Pequim registrou um excedente comercial de 180,200 bilhões de dólares.

Em seu discurso, Hu Jintao indicou que a China quer "dar a mesma importância à exportação e à importação" mas também "constituir novas vantagens em matéria de exportação" pelas "excelentes técnicas" e "a boa qualidade" de seus produtos.

Nos dez primeiros meses do ano, o comércio da China com a União Europeia, seu maior sócio comercial, que atravessa dificuldades pela crise da dívida soberana, contraiu 3% a 452,800 bilhões de dólares, disse a alfândega.

O comércio com os Estados Unidos, segundo sócio comercial do gigante asiático, aumentou em 9,4%, a 396,100 bilhões de dólares, no mesmo período.

Já os negócios com o Japão, país com quem a China possui desde setembro um conflito territorial no mar da China Oriental, retrocedeu 2,1%, a 275,5 bilhões de dólares, nos dez primeiros meses.