Havana - Uma subsidiária da gigante brasileira Odebrecht firmou nesta sexta-feira (9/11) com o grupo estatal cubano Azcuba um contrato para administrar um engenho açucareiro estatal, o primeiro convênio deste tipo assinado em mais de meio século, informou a companhia brasileira.
O acordo firmado pela Empresa Açucareira de Cienfuegos, filial de Azcuba, e a Companhia de Obras e Infraestrutura (COI, subsidiária da Odebrecht) "prevê a prestação de serviços de administração ao central (engenho) ;5 de setembro; durante 13 anos", segundo um resumo do contrato que foi enviado pela empresa brasileira.
"O objetivo é recuperar a capacidade agroindustrial" desse engenho, construído na década de 80 na província de Cienfuegos, 250 km ao leste de La Habana, "melhorando a produtividade da área de cultivo e de produção agrícola", informou a COI. A empresa destacou ainda que esse é o primeiro contrato de administração privada de uma central açucareira cubana, todos de propriedade estatal.
Azcuba é um conglomerado estatal que substituiu em 2011 o Ministério do Açúcar, um emblema da revolução cubana criado nos anos 60 por Fidel Castro. Este foi o setor mais afetado pela crise econômica dos anos 90. A produção açucareira de Cuba aumentou 16% na última colheita, que terminou em maio, e espera-se que cresça 20% na próxima safra, em dezembro.
A ilha produz quase 1,5 milhão de toneladas anuais, enquanto que nos anos 80 superava os oito milhões de toneladas. A companhia brasileira enfatizou que a unidade tem produzido nos últimos anos entre 25.000 e 30.000 toneladas de açúcar por safra e, com a "modernização" a qual será submetida, recuperará "sua capacidade original de 90.000 toneladas".
A COI vem trabalhando em Cuba nos últimos anos na Zona Especial de Mariel, um megaprojeto portuário e industrial, de 900 milhões de dólares, que será construído a 50 km ao oeste de La Havana, com dois terços do financiamento aportado por Brasil.
O contrato com Azcuba foi assinado na Feira Internacional de La Havana, na qual outras duas empresas brasileiras, Fanavid e Marcopolo, negociam instalar em Cuba fábricas de vidro e de carrocerias de ônibus.