Rio de Janeiro - Apesar da queda na produção deste ano, a Petrobras pretende atingir a meta de extrair 2,02 milhões de barris de petróleo por dia ainda em 2012. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29/10) após a empresa confirmar queda expressiva da produção em setembro, influenciada por paralisações programadas para a manutenção de plataformas na Bacia de Campos.
De acordo com a direção da estatal, as paralisações operacionais foram necessárias nas plataformas P-52, no Campo Roncador, e na P-19, no Campo Marlim, ambas na Bacia de Campos, uma das mais produtivas do país. Por causa do mau tempo, no entanto, o período em que ficaram sem produzir foi maior que o planejado, afetando o resultado do mês.
Em relação à agosto, a produção nacional de petróleo diminuiu 4,4% e chegou a 1,8 milhão de barris diários. Entre janeiro e setembro, a queda foi 2%, de 1,9 milhão de barris por dia.
;Houve uma simultaneidade de paradas programadas em unidades pesadas, de grande produção, que se estenderam mais do que o que estava previsto;, explicou o diretor de Exploração e Produção, José Formigli.
Com o término da manutenção e a retomada da produção, a expectativa é aumentar a eficiência até o final do ano. Para outubro, a estimativa é produzir, em média, cerca de 1,941 milhão de barris por dia e bater o ano com os 2,02 milhões de barris.
[SAIBAMAIS] ;Essa produção de setembro já não está acontecendo, temos uma projeção de outubro significativamente melhor. Daí em diante, podemos dizer que projetamos produções melhores com a entrada em operação do [navio-plataforma] FSPO Cidade Anchieta [na porção capixaba da Bacia de Santos], além de não ter tantas paradas programadas;, reforçou Formigli.
A estatal também revelou que o reajuste salarial previsto no acordo coletivo com os funcionários influenciou as contas do trimestre, mas serão diluídos nos próximos meses e não atrapalham o cronograma de contenção de custos.
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Almir Barbassa, confirmou que a defasagem de preços dos combustíveis ainda é um problema, por causa das importações para atender o mercado brasileiro. O resultado da balança comercial da Petrobras é negativo desde o começo do ano. Porém, o diretor não anunciou novos reajustes.
;Não temos data predefinida, mesmo na situação que estamos de defasagem já há algum tempo, não tenho uma data para dizer;, informou o diretor. Ele acrescentou que a revisão faz parte da política de preços da companhia. ;O importante é que no médio prazo a gente terá o equilíbrio entre os valores cobrados internacionalmente e o que vigora no país;, completou.