Madri - Aos gritos de "Não nos representam", uma multidão convocada pelo movimento dos "Indignados" protestava nesta terça-feira (23/10) em frente ao Parlamento espanhol, onde os deputados debatem o orçamento de 2013, que será marcado por novas medidas de austeridade para reduzir o déficit público.
Contidos por barreiras policiais que os impediam de se aproximar da Câmara dos Deputados, mais de mil manifestantes se reuniram atrás uma grande faixa que pedia "Renúncia".
Esta manifestação convocada pelos "Indignados" com o tema "Cercar o Congresso", tem como objetivo fazer uma corrente humana em torno da sede da Câmara baixa.
Uma tentativa deste tipo em 25 de setembro havia causado confrontos violentos entre a polícia e manifestantes, que deixaram 64 feridos e 35 detidos.
[SAIBAMAIS] Com 39 bilhões de euros em ajustes a fazer, o orçamento para o próximo ano é projetado em cima da "dívida privada, que o povo espanhol não tem que pagar, enquanto cortam gastos em saúde e educação, prejudicando os mais vulneráveis", denunciou Noela Urdiales, educadora de 34 anos.
"O sentimento compartilhado pelas pessoas nas ruas é que eles não nos respeitam", acrescentou essa manifestante.
Ao lado de Urdiales, dezenas de pessoas sentaram no chão para discutir em uma "assembleia popular" as propostas políticas que querem apresentar aos legisladores, enquanto esperam a hora de cercar o Parlamento.
"Crise? Roubo", estava escrito nos cartazes dos manifestantes.
"A Espanha está sofrendo com uma corrupção brutal", declarou Rafael Martinez, 48 anos.
"A mesma hierarquia de quando Franco viveu continua a governar", afirmou Martinez, referindo-se ao Partido Popular de Mariano Rajoy.
"Tudo está sujeito aos bancos internacionais. Estão tirando os direitos das pessoas", criticou.