Frankfurt - A economia registrará desaceleração e pode, inclusive, passar por uma contração no último trimestre de 2012, segundo documentos do Ministério das Finanças e do Bundesbank divulgados nesta segunda-feira (22/10).
Apesar da atividade industrial da maior economia europeia ter sido sólida em setembro, no último trimestre de 2012 a "Alemanha registrará uma líquida desaceleração econômica", alerta o Ministério das Finanças.
De acordo com o governo, a fragilidade econômica de alguns países da Eurozona afeta a locomotiva alemã.
Após uma "expansão sensível da economia no terceiro trimestre" pode acontecer uma paralisação ou até mesmo um leve retrocesso do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre, destaca o Bundesbank, o banco central alemão, no relatório mensal de outubro.
O governo alemão revisou recentemente em leve alta a previsão de crescimento para 2012, a 0,8%, contra 0,7% da projeção anterior.
Berlim também reduziu as previsões para 2013, a 1% contra 1,6% na primeira estimativa, em consequência da crise na zona do euro e da desaceleração nos países emergentes.
[SAIBAMAIS] O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento de 0,9% em 2012 e 2013 na Alemanha, enquanto os principais organismos econômicos alemães reduziram recentemente a 0,8% a previsão para 2012 e a 1% para 2013.
O Ministério das Finanças cita vários sinais que apontam uma deterioração das perspectivas para a economia alemã, entre eles o índice IFO, termômetro da confiança dos empresários alemães, que se contraiu em setembro pelo quinto mês consecutivo.
A produção industrial alemã também se deteriorou em agosto, caindo 0,5% em um mês, segundo dados provisórios publicados no começo do mês pelo Ministério da Economia.
Os pedidos da indústria também caíram 1,3% em agosto em um mês, uma queda maior do que a prevista pelos analistas.
Por outro lado, as receitas fiscais continuam aumentando, informa o ministério. Em setembro, a arrecadação fiscal aumentou 4,2% na comparação anual, o que permite prever que 2012 será um bom ano, afirma o relatório.
O Estado, que revisou suas previsões de arrecadação fiscal para cima em maio, espera arrecadar 252,3 bilhões de euros em impostos este ano, o que supõe um aumento de 1,7% em relação ao ano passado.
Pela primeira vez desde 2008, ano em que a crise financeira começou, a Alemanha registrou um superávit público no primeiro semestre do ano, um bom sinal para a primeira economia da zona do euro que quer limitar seu déficit anual a 0,5% de seu PIB.
Segundo dados publicados em agosto, as finanças públicas alemãs tiveram um superávit de 8,3 bilhões de euros, equivalentes a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).