Nova York - A desaceleração mais forte que o previsto da economia do Brasil tem afetado as economia de Argentina e Uruguai, disse nesta sexta-feira a agência de classificação de financeira Fitch.
"Enquanto ambos os países estão sentindo o impacto da desaceleração do Brasil, especialmente através da queda nas exportações, a Argentina parece mais vulnerável que o Uruguai", disse o analista para América Latina da Fitch, Shelly Shetty.
"Os problemas econômicos da Argentina foram exacerbados pela desaceleração do Brasil, com políticas internas intervencionistas que possivelmente afetam a extensão de sua recuperação em 2013, quando o crescimento brasileiro voltar a aumentar", afirmou a Fitch em um comunicado.
No caso do Uruguai, seus bons fundamentos econômicos lhe permitem adotar políticas de resposta que o fazem mais resistente a impactos externos temporários derivados de uma queda nas exportações ao Brasil, uma redução dos ingressos por turismo ou um recuo cíclico da atividade, segundo a Fitch.
Ao final de setembro, o Banco Central brasileiro revisou para baixo sua previsão de crescimento de Brasil para 2012, de 2,5% a 1,6%, em sintonia com o frágil desempenho da atividade mundial por causa da crise.
O Brasil, que cresceu 2,7% em 2011 e 7,5% em 2010, acumulou 0,6% de expansão no primeiro semestre.
Já a Argentina espera um crescimento de 3,4% para este ano, depois de registrar 8,8% em 2011.
A economia uruguaia, no entanto, crescerá 3,30% em 2012, após uma expansão de 5,7% no ano passado.
Segundo a Fitch, os efeitos de uma economia brasileira mais frágil são sentidos principalmente pelo recuo das exportações argentinas e uruguaias ao gigante sul-americano.