O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira (4/10) que, apesar de o sistema de energia do país ser confiável, não existe garantia de que não vai haver novamente falta de energia, como aconteceu quarta-feira (3/10) em diversos estados. Segundo ele, a manutenção de todos os equipamentos do sistema elétrico é feita normalmente.
;O nosso sistema é bom, firme e forte. Mas como todo o sistema do mundo está sujeito a incidentes dessa natureza. Desejamos que não haja esse tipo de acidente, mas não podemos dar uma garantia absoluta de que nunca mais vai acontecer;, disse, depois da reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
A falta de energia ocasionou a queda de 3,8 mil megawatts e atingiu partes de todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de partes do Acre e de Rondônia. O problema começou em Furnas, no Paraná, com uma sobrevoltagem em equipamento de um dos transformadores de aterramento, que acabou pegando fogo. "Na sequência, o fogo e a fumaça se propagaram para a subestação e provocaram o desligamento dos demais transformadores", explicou o presidente de Furnas, Flávio Decat.
Com o desequilíbrio entre a geração e o consumo de energia, o sistema está programado para aliviar a carga automaticamente e interromper o fornecimento para alguns locais determinados previamente. "O sistema interrompe cargas consideradas pelas distribuidoras menos essenciais, para evitar o desligamento de cargas essenciais. Ramais em que existem hospitais ou linhas de metrô, por exemplo, são preservados;, explicou o diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp.
Segundo o ministro Lobão, não há relação entre a queda de energia registrada ontem e a que ocorreu no dia 22 de setembro, que atingiu as regiões Norte e Nordeste. Segundo ele, apesar de os dois problemas terem começado a partir de falhas em transformadores, a proximidade das duas ocorrências foi uma ;mera coincidência;. ;São episódios que lamentavelmente acontecem, mas não comprometem a segurança geral do sistema elétrico brasileiro;.
As causas do corte de energia serão avaliadas novamente sexta-feira (5/10), em uma reunião na sede do ONS, no Rio de Janeiro. Também vai ser determinada a elaboração do Relatório de Análise de Perturbação (RAP), que deve ser concluída em dez dias e poderá apontar os responsáveis pelo problema e possíveis multas. Na reunião de hoje, Lobão determinou a formação de um grupo de trabalho que vai fazer uma avaliação geral do sistema de geração e transmissão de energia do país.