Barcelona - O presidente do governo autônomo catalão, o nacionalista Artur Mas, criticou a divisão dos objetivos de déficit entre Madri e as regiões espanholas e afirmou que isso "coloca em risco a coesão social".
"A divisão feita na Espanha dos déficits públicos é injusta e desleal", denunciou, ao censurar que de 4,5% do déficit previsto para 2013, 3,8% corresponde ao governo central e apenas 0,7% das regiões, que administram áreas como a educação, saúde e serviços sociais.
"A Espanha decidiu que o principal esforço deve ser aplicado sobre a saúde, educação e sobre os serviços sociais, e isso é um erro e uma deslealdade, que além de tudo coloca em risco as linhas básicas da coesão social", afirmou. O presidente catalão defendeu que, dado que as comunidades autônomas representam em torno de 35% do gasto social do país, deveriam ter direito a um terço do objetivo de déficit.
[SAIBAMAIS]Na terça-feira (2/10), os 17 presidentes regionais se reuniram em Madri com o chefe do executivo central, Mariano Rajoy, e todos se comprometeram com o cumprimento dos objetivos de déficit do país, mas decidiram revisar a divisão dos esforços a partir de 2014. O presidente catalão assegurou que nem ele, nem ninguém, expressou o desejo de independência da Catalunha durante a reunião, cujo objetivo era "dar uma imagem de responsabilidade e seriedade para a União Europeia e os mercados".
Mas considerou "inevitável" um resgate para a economia da Espanha, "e, portanto, é melhor planejar sem muita demora e procrastinação", afirmou. Mas reconheceu que cabe ao governo Rajoy "decidir quando e se faz ou não". O pedido de ajuda a Europa "depende não só do que a Espanha diga, mas também do que dizem os outros países europeus", disse. "Eu não sei se há essa garantia por parte dos países da União Europeia", acrescentou.