Santiago - As economias da América Latina crescerão 3,2% em 2012, abaixo da projeção de 3,7% divulgada em junho, em consequência da fragilidade da economia mundial, que provocou um impacto sobre o comércio exterior da região, anunciou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) nesta terça-feira (2/10).
No relatório, apresentado na sede de Santiago do organismo dependente das Nações Unidas, estão expostas as dificuldades enfrentadas pela Europa, Estados Unidos e China, que farão baixar em mais de um ponto porcentual o crescimento da região frente ao obtido no ano anterior (4,3%).
"A desaceleração das economias durante 2011 se estendeu durante o primeiro semestre de 2012, o que provocou a redução da projeção de crescimento para o ano", afirma um relatório da Cepal.
A expansão está também muito abaixo dos 6% obtidos pela América Latina em 2010.
Para 2013, a Cepal prevê uma leve recuperação, com crescimento regional calculado de 4%, com uma "tendência levemente descendente do crescimento da maior parte dos países sul-americanos" (mais dependentes do comércio com a China), e uma esperada recuperação de Brasil e Argentina, que apresentariam expansão entre 4 e 3,5% respectivamente, de acordo com a Cepal.
A fragilidade da economia mundial, causada principalmente pelas dificuldades enfrentadas por Europa, Estados Unidos e China, afeta o crescimento da América Latina e Caribe, região que terá em 2012 uma expansão menor que em anos anteriores, diz o documento do organismo ligado às Nações Unidas.
A situação da economia mundial provoca sobretudo um "esfriamento da demanda externa e uma tendência decrescente dos preços da maioria dos principais bens básicos de exportação", motor do crescimento regional, que tem transformado o comércio exterior "no principal canal de transmissão da crise internacional à economia da região", segundo a Cepal.
"A recuperação de 2013 está mais vinculada ao mercado interno da América Latina e a seus países maiores e também ao que pode acontecer na região de Ásia Pacífico", disse Bárcena.
[SAIBAMAIS] Durante 2012, um "esfriamento da demanda externa e uma tendência decrescente dos preços da maioria dos principais bens básicos de exportação" - fundamentalmente minerais e alimentos -, têm impacto sobre os envios regionais, transformando o comércio exterior "no principal canal de transmissão da crise internacional na economia da região", disse a Cepal.
De acordo com a Cepal, o Brasil deve ter crescimento de 1,6% em 2012. Segundo o organismo, o país experimentou um processo de desaceleração mais forte que os dos demais países durante o último semestre de 2011 e só no início do segundo semestre de 2012 começaram a ser notados alguns sintomas de reativação".
Na Argentina, no entanto, cujo crescimento esperado é de 2%, "a diminuição foi mais marcada durante o primeiro semestre de 2012", explicou a Cepal.
O único país a esperar uma contração da atividade deve ser o Paraguai, com recuo de 2%, "decorrente de fatores climáticos excepcionais que destruíram parte de sua produção de soja, principal produto de exportação".