Jornal Correio Braziliense

Economia

Policiais federais prometem intensificar ações de reivindicações no Rio

Rio de Janeiro ; Em greve há mais de 40 dias, os servidores da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro vão intensificar as ações de reivindicações da categoria pelo estado. O anúncio foi feito nesta terça-feira (18/9) pelo presidente do Sindicato dos Policiais Federais, Telmo Correa. De acordo com ele, as próximos atividades a serem organizadas pela corporação visam a promover uma mobilização no estado, assim como informar à sociedade os motivos da paralisação.

Nesta quarta-feira (19/9) os servidores farão uma manifestação em frente ao Copacabana Palace, na zona sul carioca. Na semana passada os agentes montaram tendas para arrecadação de alimentos em frente à Superintendência da PF, na Praça Mauá. ;São eventos nacionais. E nós estamos atendendo à orientação do comando de greve nacional. A nossa principal tarefa é informar a sociedade sobre o dano causado pelo governo federal. É para a população entender que nós estamos em uma luta.;

Telmo Correa voltou a informar que o esquema de emissão de passaportes tem sido mantido, desde o início do movimento. Ou seja, estão sendo emitidos apenas documentos considerados emergenciais como por motivo de doença ou trabalho, mediante a apresentação de uma declaração, comprovando a necessidade da viagem. Ele disse que apenas 30% do efetivo estão trabalhando. ;Há um desconforto, mas não um prejuízo irreversível ao cidadão. Porque nós temos que zelar pelo atendimento à sociedade, em comum com o nosso protesto. A nossa função é protestar e forçar o governo, mas sem prejudicar a sociedade;, enfatizou.

[SAIBAMAIS]De acordo com o presidente do sindicato, outro setor que está com apenas 30% do efetivo trabalhando é o de controle de tráfico de produtos químicos. Já o setor de inteligência, responsável pelas escutas telefônicas da PF, está totalmente parado. Ao todo, são 200 agentes e 50 escrivães atuando no estado do Rio. O número, segundo Correa, é desproporcional para atender à grande demanda por serviços dos agentes. Outro problema citado por Telmo Correa é a desistência da carreira de agente federal. Ele lembrou que, anualmente, de 200 a 250 policiais federais deixam a corporação para seguir carreiras mais atrativas.



Entre as reivindicações dos escrivães, papiloscopistas e agentes estão a reestruturação da carreira, a equiparação aos salários pagos, por exemplo, a um auditor da Receita Federal e a um oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e realização de novos concursos públicos.