Madri - O Frob, o fundo público espanhol de ajuda aos bancos, injetará "em caráter imediato" 4,5 bilhões de euros no Bankia, o quarto banco por ativos do país, que registrou perdas de 4,448 bilhões de euros no primeiro semestre, informou nesta segunda-feira o próprio organismo.
O Frob "acordou proceder, em caráter imediato, a injeção de 4,5 bilhões de euros no grupo BFA-Bankia, com o objetivo de restabelecer os níveis do capital regulatório".
Esta ampliação de capital será garantida em sua totalidade pelo Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (Frob).
Segundo o fundo, a injeção de capital no Bankia constitui uma antecipação da injeção de capital que o Frob deverá realizar, no marco do programa de ajuda financeira acordado com o Eurogrupo e do processo de reestruturação do grupo BFA-Bankia, cuja quantia final será determinada nas próximas semanas.
A injeção de capital ao Bankia é considerada, portanto, um adiantamento da ajuda de até 100 bilhões de euros prometida em junho pela União Europeia para recuperar o setor bancário espanhol, muito prejudicado pela explosão da bolha imobiliária em 2008.
Pela manhã, o ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, tinha afirmado que o Frob anunciaria sua injeção de capital "nas próximas horas", com o objetivo de cobrir as perdas semestrais anunciadas na sexta-feira pelo Bankia.
A instituição, nacionalizada em maio devido a suas dificuldades, tinha registrado um lucro de 205 milhões no primeiro semestre do ano passado, mas nos primeiros seis meses de 2012 teve que provisionar mais de 7 bilhões de euros, o que provocou perdas de 4,448 bilhões de euros.
Este anúncio levou as ações da entidade a perder nesta segunda-feira 3,93% ficando em 1,37 euros no fechamento da Bolsa de Madri.
"Com esta medida (a injeção de capital) se restabelece a situação de capital regulatório do grupo enquanto culmina o plano de reestruturação e garante a segurança dos depósitos e o acesso do grupo a todas as fontes de financiamento", considerou o Frob em seu comunicado.
A nova injeção de fundos se une a uma primeira ajuda de 4,5 bilhões em 2010, que se transformou em maio na participação do Estado, o que permitiu a nacionalização do banco.