O setor de fabricantes de máquinas e equipamentos pediu nesta quarta-feira (29/8) ao governo que aumente o imposto de importação sobre os produtos concorrentes e corrija a taxa de câmbio. Também foi solicitado a efetivação de uma equipe de defesa comercial ;forte e estruturada;.
;Nós temos necessidade de soluções emergenciais de curtíssimo prazo. Nós somos obrigados a pedir coisas menos agradáveis, mas absolutamente necessárias para nós agora. Como uma correção adicional do câmbio, o aumento do imposto de importação, como foi feito com automóveis, com aumento e efetivação de uma equipe de defesa comercial forte e estruturada;, disse o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza. Esta tarde, representantes do setor se reuniram com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Hoje, a taxa máxima de importação para máquinas e equipamento é 14%. De acordo com a Abimaq, a tarifa média ponderada do imposto sobre produtos do setor é 6%. O imposto máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio é 35%. No entanto, a Abimaq ressalta que, em alguns casos, nem o imposto máximo resolveria a elevada importação.
;Nós entendemos que essas importações, que são predatórias, que vêm subfaturadas, que vêm com falsidade ideológica na documentação, poderiam ser controladas de uma outra maneira que não necessariamente colocar o imposto de importação nas alturas. Tem certos produtos que elevando o imposto a 35%, a penetração continuaria forte. Alguns produtos chineses custam um terço do preço nosso;, destacou Pastoriza. ;O que resolveria seria o Departamento de Defesa Comercial parrudo, profissional, bem equipado, como tem os países que concorrem conosco, inclusive os Estados Unidos;, completou.
A balança comercial do setor fechou os primeiros sete meses com déficit de US$ 10,5 bilhões, 2,5% superior ao observado no mesmo período do ano passado, como resultado do aumento de 12,1% das exportações, que alcançaram US$ 7,02 bilhões, e das importações, que chegaram a US$ 17,5 bilhões, com crescimento de 6,1%.
;Nós estamos vivendo em um momento de emergência, há décadas tem-se postergado reformas importantíssimas que não estão ocorrendo e, neste momento, chegamos a uma confluência de ineficiências brasileiras gigantes, com abertura econômica gigante, com penetração agressiva dos concorrentes estrangeiros;, disse.
Entre os problemas apontados pela Abimaq, que afetam a competitividade do setor, estão a alta carga tributária, juros altos e câmbio desfavorável.