Jornal Correio Braziliense

Economia

Cepal pede que América trabalhe unida por desenvolvimento sustentável

San Salvador - A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) iniciou nesta terça-feira (28/8) seu 34; período de sessões em San Salvador, com um apelo para que a região trabalhe unida para impulsionar o desenvolvimento econômico com igualdade e sustentabilidade ambiental.

A reunião, realizada em um hotel de San Salvador, foi aberta pelo presidente salvadorenho, Mauricio Funes, e pela secretária-executiva da Cepal, a mexicana Alicia Bárcena.

"A América Latina mudou, é preciso avançar com posturas regionais unificadas, articulando-as com outras áreas em desenvolvimento, que nos permitam abordar desafios de outra envergadura", afirmou Bárcena em seu discurso de abertura.

"Propomos um caminho, propomos uma caixa de ferramentas, sempre com o objetivo da igualdade. E por que o fazemos? Porque estamos convencidos de que a região continua sendo a mais desigual do mundo e não bastam políticas sociais para tirar as pessoas da pobreza, se requer uma proposta econômica e por isso trazemos esta proposta", afirmou Bárcena.

Segundo as autoridades da Cepal, a proposta dá continuidade àquela lançada no período passado de sessões em 2010, em Brasília, quando foram analisadas as perspectivas da economia regional no âmbito da crise financeira internacional.


Bárcena disse que a América Latina deve manter os esforços para conseguir "segurança climática, alimentar e cidadã", e destacou que isto "não pode ser trabalho de um único país isolado" mas "uma tarefa de solidariedade regional".

Além disso, a região deve trabalhar para manter a "prudência econômica", "fortalecer sua gestão macroeconômica" e, ao mesmo tempo, "sustentar os esforços da política social e o investimento público" por ser chaves do desenvolvimento, afirmou.

Funes admitiu, por sua vez, que a região latino-americana deve construir bases socioeconômicas que a tornem menos vulnerável a situações de crise como a que afeta a Europa.

"É impensável construir um muro de defesa diante das recorrentes crises mundiais, se antes não introduzirmos mudanças nas nossas estruturas de consumo, produção e modelo de crescimento", afirmou o presidente.

Segundo o documento proposta da Cepal, "nenhum país da América Latina e do Caribe conseguiu no longo prazo a combinação virtuosa entre elevado crescimento de emprego e produtividade, condição necessária para superar a pobreza e a desigualdade".

Após resistir aos embates da volatilidade mundial, a América Latina prevê fechar 2012 com um crescimento econômico médio de 3,7%, segundo o organismo.

Bárcena considerou que diante da atual conjuntura mundial, na América Latina "devemos ser cautelosos", embora haja "a convicção" de que a região "está mais bem preparada" para enfrentar as crises econômicas.

A América Latina, destacou a secretaria executiva da Cepal, conseguiu avançar em "aspectos positivos" como a redução da pobreza, que passou de 48,4% na década de 1980 para 30,4% em 2011.

O 34; período de sessões da Cepal, celebrado a cada dois anos, terminará na próxima sexta-feira.