Jornal Correio Braziliense

Economia

Uso de cartão de crédito combina facilidade e risco

Nem inofensivo nem lobo mau. O cartão de crédito só é vilão de quem se deixa seduzir pela fantasia do financiamento fácil e acaba por construir um conto de fadas ao contrário, em que o final infeliz, quase sempre, é um ingresso para o cadastro de maus pagadores. Entre famílias endividas no Brasil, 74% estão penduradas nessa ferramenta de consumo segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). De cada 100 brasileiros que usam o dinheiro de plástico, 27 ficaram inadimplentes no ano passado, de acordo com o Banco Central (BC). Segundo dados de julho da instituição, as famílias brasileiras usam, em média, 43% de suas receitas para o pagamento de despesas em atraso. É o índice mais alto desde 2005.



Não se deixe enganar. Que o cartão de crédito tem juros altos, todo mundo sabe. Na média, o brasileiro que deixa atrasar a fatura é obrigado a encarar 323,24% de aumento da dívida ao ano. É a maior taxa em toda a América Latina, segundo ranking elaborado pela Proteste, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. De acordo com a pesquisa feita em julho, o índice argentino era de 50%, o chileno, de 54,24%, e o colombiano, de 29,23% ; apenas 9% da média do Brasil (veja quadro abaixo).