O número de empresas brasileiras que não conseguiram honrar seus compromissos financeiros subiu 8,5% em julho, ante igual mês de 2011, segundo dados da Serasa Experian divulgados nesta quarta-feira (22/8). Apesar do movimento de alta, os economistas da instituição consideram o dado positivo, uma vez que esta foi a menor elevação no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, em todo o ano de 2012.
Em janeiro deste ano, a inadimplência chegou a 26,7%, comparada ao primeiro mês de 2011. Em fevereiro, a elevação ficou em 18%, e em março foi de 18,8%. A queda da inadimplência teve início, segundo a Serasa, no mês de maio, quando o crescimento registrou 13,2% ante o mesmo mês do ano anterior. Em junho, a elevação foi de 11,4% em relação ao mês equivalente do ano anterior.
;A análise que compara o mesmo mês dos dois anos é mais correta, pois cada mês sofre influência de eventos distintos. Considerando o mesmo mês, as influências são as mesmas. Datas como carnaval, Dia das Mães e outras impactam diretamente a inadimplência;, explicou à Agência Brasil o assessor econômico da Serasa Carlos Henrique Almeida.
Segundo Almeida, o movimento de baixa iniciado em maio foi impulsionado pelo menor endividamento dos consumidores. ;No início do ano, houve um pico na inadimplência dos consumidores. Com os cortes de juros promovidos pelo governo, que tiveram início em agosto de 2011, muitos consumidores colocaram o pé no freio e renegociaram suas dívidas. Agora já estão voltando ao consumo, o que ajuda na saúde financeira das empresas;.
Em relação ao mês de junho deste ano, o crescimento da inadimplência das empresas em julho foi de 1,8%. Para Carlos Henrique, a alta pode ser considerada expressiva, já que em junho ante maio o indicador caiu 5,7%. O economista adverte, porém, que as sazonalidades de cada mês não permitem uma análise segura. ;O mensal é muito mais oscilante. Olhar períodos mais longos permite uma visão melhor;.
Em julho ante junho, as dívidas não bancárias, que são aquelas adquiridas frente a operadoras de cartões de crédito, financeiras e prestadoras de serviços, tiveram alta de 1,9%. Os protestos subiram 6,4%. Já os débitos com bancos e cheques sem fundos apresentaram quedas de 1,8% e 0,1% respectivamente.
No acumulado do ano, considerando os meses de janeiro a julho, a inadimplência das empresas foi 15,5% maior do que em igual período do ano passado. No levantamento anterior, que considerou o primeiro semestre de 2012 ante os mesmos meses de 2011, a alta foi de 16,5%.
Nos sete primeiros meses do ano, o valor médio das dívidas não bancárias foi R$ 775,69, alta de 5,4% em relação ao mesmo acumulado de 2011. Os débitos com bancos apresentaram uma média de R$ 5.284,27, resultado que representa uma elevação de 4,4% ante o mesmo período do ano anterior. O valor médio dos títulos protestados foi R$ 1.940,35, com elevação de 10,7%. Os cheques protestados foram de, em média, R$ 2.200,81, representando um aumento de 6,3% ante o acumulado de janeiro a julho de 2011.