Os servidores do Itamaraty cruzarão os braços pela segunda vez este ano, a partir da próxima quarta-feira (22/8). De acordo com comunicado divulgado pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), a paralisação é uma forma de protesto pelo fato de o Ministério do Planejamento não ter chamado os funcionários à mesa de negociações entre 13 e 17 de agosto, quando outras categorias se reuniram com a pasta.
Os trabalhadores já haviam parado as atividades de 18 de junho e 2 de julho e retornado sob a promessa de que haveria diálogo com o governo.
Por meio de sua assessoria de comunicação, o Ministério do Planejamento informou que marcou uma reunião com os servidores do Itamaraty para amanhã (21), às 17h30. Entretanto, de acordo com o secretário-geral do Sinditamaraty, Rafael de Sá Andrade, o encontro só foi marcado após o anúncio de retomada da greve, feito na sexta-feira (17). "Após saberem que haveria paralisação, marcaram essa reunião conosco. Isso não muda nossa decisão", disse.
Segundo o secretário-geral, o movimento não deve manter um percentual mínimo de servidores trabalhando, pelo fato de não existir jurisprudência considerando as atividades do Itamaraty essenciais para o público. De acordo com Andrade, serviços de assistência a brasileiros no exterior e a emissão de vistos de trabalho devem ficar prejudicados. Ele informa que o Sinditamaraty representa três carreiras - diplomata, oficial de chancelaria e assistente de chancelaria - e que, juntas, elas reúnem cerca de 3 mil servidores.
Entra as reivindicações da entidade, está a equalização do tipo de vencimento pago aos diplomatas para as outras duas carreiras. "O diplomata recebe sob a forma de subsídio, o que significa que ele ganha uma parcela única, que não é composta por gratificações. Queremos que os outros servidores sejam pagos da mesma maneira", explicou. Outra demanda é um reajuste que recomponha perdas com a inflação, no período de 2008 a 2012. A estimativa do Sinditamaraty é que isso representaria uma correção salarial da ordem de 30%.