Os metroviários encerraram na noite desta segunda-feira (13/8) a greve que paralisou o metrô de Buenos Aires nos últimos dez dias, afetando diariamente mais de um milhão de passageiros, informou o dirigente sindical Roberto Pianelli em entrevista coletiva.
Os trabalhadores do metrô de Buenos Aires, inaugurado em 1913, exigiam um reajuste salarial de 28% e melhorias nas condições de trabalho. O acordo firmado nesta segunda-feira prevê um reajuste salarial de 23%, segundo fontes sindicais. "Vamos suspender nossa medida de força", disse Pianelli, acrescentando que nas negociações realizadas nesta segunda-feira "se obteve um acordo transitório" com representantes do metrô.
O dirigente ainda ressaltou que o problema dos salários não está resolvido, mas que foi feito "um gesto em favor dos usuários e dos trabalhadores". A capital argentina, com quase três milhões de habitantes, entrou em colapso nos últimos dez dias com a greve no metrô, que provocou o caos no trânsito.
A paralisação dos metroviários teve como pano de fundo o conflito político entre a presidente Cristina Kirchner e o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri (líder opositor e aspirante à presidência em 2015). Há vários meses a prefeitura da capital se nega a assumir o controle do metrô, alegando que o governo federal deve liberar fundos para investir na segurança do serviço, que considera deficiente.
O ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, afirma que a prefeitura portenha tem os fundos para assumir o controle do metrô. O metrô de Buenos Aires tem sete linhas, com o total de 56,7 km, e emprega 2.500 funcionários.