Jornal Correio Braziliense

Economia

Brasil adia compra de aviões de combate, diz ministro da Defesa

Paris - O ministro da Defesa Celso Amorim anunciou o adiamento do processo de compra de aviões de combate devido às dificuldades econômicas, durante uma entrevista publicada nesta sexta-feira (10/8) pelo jornal americano Wall Street Journal.

"O projeto não está abandonado. Haverá uma decisão no momento oportuno. Mas no dia de hoje prefiro não fornecer uma data", declarou o ministro ao jornal. "A situação econômica tomou uma direção menos favorável que o previsto e naturalmente isto requer prudência", acrescentou.

[SAIBAMAIS]Amorim considerava até agora que uma decisão seria tomada neste ano. O Rafale do construtor francês Dassault Aviation compete com o Gripen do sueco Saab e com o F/A-18 Super Hornet da americana Boeing para conquistar este mercado de 36 aeronaves, avaliado em 5 bilhões de dólares.



"Não diria que há uma empresa favorita", explicou o ministro. "A questão importante é saber quando o faremos e então examinaremos novamente as propostas. Temos a necessidade de renovar a frota, mas devemos responder em função das possibilidades do país".

A Força Aérea Brasileira (FAB) pede a cada seis meses aos construtores em disputa que renovem seu interesse pela contratação ao prorrogar suas propostas. Ela o fez novamente no fim de junho. O Estado francês apoia a oferta da Dassault, cujo Rafale aparecia como favorito em 2010 depois de um acordo entre Lula e o então presidente da França, Nicolas Sarkozy. Mas, com o fim de seu mandato, Lula deixou a decisão nas mãos de sua sucessora Dilma Rousseff.