O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, considerou nesta terça-feira (31/7) usar o dividendo de estatais federais para cumprir a meta de superávit primário com ;tranquilidade;. Segundo ele, assim será possível, no segundo semestre, ampliar os investimentos. Sua expectativa é de melhora também na arrecadação.
;A previsão de receita a menor já foi incorporada aos cálculos do governo e as medidas de estímulo à economia irão fazer efeito, principalmente nos últimos quatro meses do ano, com a receita bem melhor em função até das medidas;, disse, ao divulgar o resultado do primeiro semestre do Governo Central.
Duas das estatais que podem ser utilizadas para socorrer o governo no cumprimento da meta de superávit primário são a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Por serem empresas estatais, sem ações negociadas em bolsa, seus dividendos podem antecipados ou postergados, de acordo com as necessidades do governo.
;É muito bom o Brasil ter uma receita como essa para tomar medidas como as que foram tomadas este ano para combater a crise. Não tem problema você diminuir um pouco as receitas de tributos e aumentar os incentivos à economia;, defendeu Arno Augustin.
O secretário do Tesouro também falou sobre a possibilidade de o governo lançar um conjunto de medidas, que incluem concessões ao setor de infraestrutura. De acordo com Arno, faz parte da estratégia trabalhar fortemente com investimentos, não só com recursos do Orçamento, mas também com recursos da iniciativa privada.
[SAIBAMAIS]Arno disse que a expectativa do governo é que 2013 seja um ano de forte participação do setor privado nos investimentos do país. ;Nós estamos trabalhando bastante no sentido de que, considerando que o câmbio e os juros estão sendo reposicionados, e existe um conjunto de elementos novos, nós possamos ter no ano que vem um forte crescimento do investimento privado;, destacou.
Para ele, a rentabilidadede um conjunto de investimentos que hoje estão no sistema financeiro tende a ir para o lado real da economia. Portanto, as concessões são importantes porque, "de um lado, irão resolver o problema econômico com o crescimento, e do outro, ajudarão à infraestrutura pública".