Madri - A taxa de desemprego da Espanha subiu no segundo trimestre a 24,63%, contra 24,44% no trimestre anterior, apesar das habituais contratações de temporada vinculadas ao turismo, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (27/7).
Em um país afetado pela recessão, o número de desempregados chegou a 5.693.100 no fim de junho, um ritmo menor que no primeiro trimestre, informou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Entre abril e junho, 53.500 pessoas perderam o emprego, contra 365.900 entre janeiro e março. Além do desemprego, analistas projetam um agravamento da recessão na Espanha, no momento em que o país executa uma política radical de cortes orçamentários para reduzir o déficit fiscal. Também nesta sexta-feira, o CaixaBank, terceiro banco espanhol por capitalização na Bolsa, anunciou uma queda 77,9% do lucro no segundo trimestre em consequência das reservas exigidas pelo governo para enfrentar os passivos imobiliários. O banco registrou um lucro de 118 milhões de euros.
No primeiro semestre do ano, o banco registrou um retrocesso de 80,1% no lucro. O Caixabank informou que nos primeiros seis meses do ano acumulou 2,736 bilhões de euros de reservas para proteger os ativos imobiliários. O número de famílias nas quais todos seus integrantes se encontram desempregados continua aumentando, para um total de 1.737.600, cerca de 9.300 a mais que no primeiro trimestre. Estes dados se somam ao provável agravamento da recessão, em um momento no qual a Espanha, um país da zona do euro, realiza uma política radical de cortes orçamentários para reduzir seu déficit fiscal.
Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) serão anunciados na segunda-feira, mas segundo as projeções do Banco da Espanha, geralmente confirmadas pelos anúncios oficiais, a economia do país registrou no segundo trimestre uma contração de 0,4%, contra recuo de 0,3% no primeiro. O nível de desemprego na Espanha é o mais elevado entre os países industrializados e se situa em 24,6% ao final do ano, de acordo com as últimas previsões do governo. A Espanha, que obteve de Bruxelas um adiamento para até 2014 de suas metas de redução do déficit público, anunciou em troca um plano rigoroso de austeridade, com cortes e aumento de impostos, com a finalidade de economizar 65 bilhões de euros em dois anos e meio.
[SAIBAMAIS]Tais medidas têm sido fortemente criticadas por alguns analistas, que alegam o agravamento da recessão e do desemprego. Entre as 17 comunidades autônomas da Espanha, Andaluzia, no sul, continua sendo a mais castigada, com 33,92% de sua população ativa parada, devido à quebra do setor da construção após o estouro da bolha imobiliária em 2008. A região menos afetada é Euskadi, o País Basco, rica região do norte, com uma taxa de desemprego de 14,56% no segundo trimestre. Essa taxa, no entanto, é superior a do trimestre anterior (13,55%).
Quanto a setores de atividade, o número de desempregados tem subido na agricultura (44.000 empregos a menos) e na indústria (21.000 empregos a menos), mas caiu no setor de serviços, muito relacionado com o turismo, com 42.800 empregos a mais que no trimestre anterior. O governo revisou em 20 de julho a alta de sua previsão de desemprego para 2012, colocando-o a 24,6% da população ativa, antes de atingir uma ligeira redução para 2013, a 24,3%, uma tendência que pode ser confirmada em 2014, alcançando 23,3%.