Damasco - As Nações Unidas continuarão trabalhando pelo fim da violência na Síria, apesar da saída da metade dos observadores que estavam mobilizados desde abril nesse país, afirmou nesta quinta-feira o chefe das operações de manutenção da paz da ONU, Hervé Ladsous.
"O objetivo da missão de supervisão da ONU na Síria (Misnus) é contribuir para o fim da violência, e isso inclui a utilização de armas pesadas pelas forças governamentais", declarou Ladsous à imprensa depois de dois dias de reuniões em Damasco com autoridades sírias e personalidades da oposição.
A ONU quer também contribuir para relançar "o processo político", previsto pelo plano do emissário internacional Kofi Annan, para quem "não há alternativa no momento", acrescentou Ladsous.
O alto funcionário da ONU lamentou "a alta magnitude da violência" nas cidades sírias, principalmente em Damasco, Aleppo (norte), Deir Ezzor (leste) e Homs (centro).
[SAIBAMAIS]Em resposta a uma pergunta, ele afirmou que "o Conselho de Segurança da ONU não recebeu propostas" para o envio de capacetes azuis à Síria. Dos 300 observadores da ONU, cujo mandato termina em cerca de um mês, a metade saiu da Síria "temporariamente" por causa da violência, mas, "se as circunstâncias mudarem, serão reenviados", acrescentou.
Os observadores militares desarmados, acompanhados de cerca de cem especialistas civis, foram mobilizados em abril para vigiar o cessar-fogo, que nunca foi respeitado. Eles tiveram que suspender em meados de junho as patrulhas por causa da intensidade dos combates.
O novo chefe dos observadores, o general Babacar Gaye, principal conselheiro militar da ONU, chegou na quarta-feira a Damasco. Ele assumiu a Misnus após a saída do general norueguês Robert Mood.